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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

bioquímica urinária, permitindo a classificação <strong>de</strong>stes animais como proteinúricos no limite<br />

(PL) quando o rácio UPC se encontrava entre 0,2 e 0,4, ou proteinúricos (P) quando o rácio<br />

foi superior a 0,4. Os restantes 2 felinos que não apresentaram proteinúria no teste semiquantitativo<br />

foram classificados como não proteinúricos (NP). O valor do rácio variou entre<br />

0,3 e 0,8, sendo o valor médio <strong>de</strong> 0,55, semelhante ao obtido em outros estudos (Castro et<br />

al., 2009). Dos 6 felinos sub-estadiados, 50% (3/6) foram classificados como proteinúricos<br />

(P), 16,7% (1/6) como proteinúricos no limite (PL), e 33,3% (2/6) foram consi<strong>de</strong>rados não<br />

proteinúricos (NP), resultados semelhantes aos observados no estudo realizado por Castro<br />

et al. (2009). Estudos recentes têm <strong>de</strong>monstrado que valores <strong>de</strong> UPC tão baixos como 0,2<br />

po<strong>de</strong>m ser clinicamente relevantes, e quanto maior o rácio menor o tempo <strong>de</strong> sobrevivência<br />

do felino. Ao incluir todos os gatos com rácio UPC superior a 0,2 como proteinúricos,<br />

verifica-se que mais <strong>de</strong> 50% dos felinos se encontram nessa categoria (Castro et al., 2009).<br />

Através da <strong>de</strong>terminação do coeficiente <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong> Pearson (r) foi investigada uma<br />

possível associação estatística entre o rácio UPC, nos felinos em que este foi avaliado, com<br />

os respectivos resultados da concentração plasmática <strong>de</strong> creatinina. Esta ferramenta<br />

estatística indica o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência linear entre dois conjuntos <strong>de</strong> dados, e varia entre -<br />

1,0 e 1,0. Os valores positivos indicam uma relação linear positiva, ou seja, quando a<br />

variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte aumenta, a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte também aumenta. Por outro lado,<br />

está presente uma relação linear negativa quando o valor <strong>de</strong> r é negativo, ou seja, as<br />

variáveis correlacionam-se <strong>de</strong> forma inversa. A relação linear positiva perfeita ocorre quando<br />

r=1, e a relação linear negativa perfeita quando r=-1. Quanto mais perto do valor nulo estiver<br />

o valor <strong>de</strong> r, menor a correlação linear existente entre as duas variáveis em estudo. Na<br />

interpretação <strong>de</strong>ste valor é necessário ter em conta que, o facto <strong>de</strong> não se observar uma<br />

correlação linear forte não significa que não se verifique outro tipo <strong>de</strong> correlação, por<br />

exemplo, exponencial, e, qualquer que seja a correlação verificada, correlação não significa<br />

causalida<strong>de</strong> (Petrie & Watson, 2006). Neste caso foi obtido um valor <strong>de</strong> r=0,859753, que<br />

corrobora a existência <strong>de</strong> uma forte relação linear positiva entre estas duas variáveis.<br />

Contudo, este valor é relativo, pois os dados utilizados são insuficientes para se po<strong>de</strong>r retirar<br />

qualquer conclusão <strong>de</strong>sta análise, sendo esta simplesmente especulativa. Ainda assim, este<br />

resultado é semelhante ao obtido em estudos anteriores, embora a creatinina plasmática e a<br />

proteinúria sejam consi<strong>de</strong>radas factores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> menor tempo <strong>de</strong><br />

sobrevivência em gatos com DRC, para alguns autores. Em humanos, o grau <strong>de</strong> proteinúria<br />

e <strong>de</strong> creatinina plasmática foram consi<strong>de</strong>rados os melhores parâmetros testados para a<br />

<strong>de</strong>terminação do risco <strong>de</strong> falha renal terminal, e a proteinúria é tida como o principal factor<br />

<strong>de</strong> progressão da DRC em pacientes diabéticos. Também em cães com DRC, a proteinúria<br />

é consi<strong>de</strong>rada um factor prognóstico importante (Castro et al., 2009). A proteinúria <strong>de</strong>ve ser<br />

monitorizada regularmente por medição do rácio UPC, pois po<strong>de</strong> sofrer alterações <strong>de</strong>vido ao<br />

curso natural da doença ou em resposta ao tratamento (Polzin et al., 2005).<br />

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