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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

valores <strong>de</strong> DUE inferiores a 1035, ou seja, urina ina<strong>de</strong>quadamente diluída. Em 1 dos 6<br />

felinos o valor da DUE encontrava-se no intervalo isostenúrico (1008-1012). Os resultados<br />

variaram <strong>de</strong> um mínimo <strong>de</strong> 1012 a um máximo <strong>de</strong> 1028, sendo a média <strong>de</strong> 1021. Estes<br />

valores <strong>de</strong> DUE associados a <strong>de</strong>sidratação e/ou azotémia levam à suspeita <strong>de</strong> DRC<br />

(Watson & Lefebvre, 2010). O pH das diversas amostras variou <strong>de</strong> 5 a 7, encontrando-se<br />

<strong>de</strong>ntro dos valores <strong>de</strong> referência (5 a 7,5). No exame bioquímico semi-quantitativo foi<br />

observada proteinúria em 66,7% (4/6) dos casos, e glicosúria em 16,7% (1/6). A glicosúria<br />

po<strong>de</strong> ser causada por hiperglicémia ou lesão renal tubular proximal. Normalmente, o túbulo<br />

proximal reabsorve gran<strong>de</strong> parte da glucose filtrada. Quando a concentração no sangue e,<br />

portanto, no ultrafiltrado exce<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reabsorção tubular proximal (cerca <strong>de</strong> 300<br />

mg/dl), a glucose surge na urina. A hiperglicémia po<strong>de</strong> ocorrer em felinos <strong>de</strong>vido a diabetes,<br />

a stress ou excitação, ou provocada pela administração <strong>de</strong> glucose. As afecções tubulares<br />

proximais, como a necrose tubular aguda, a pielonefrite, a síndrome <strong>de</strong> Fanconi ou a<br />

glicosúria renal primária po<strong>de</strong>m levar a glicosúria normoglicémica (Goldstein, 2005; Reine &<br />

Langston, 2005). Num dos felinos, o exame químico estava perfeitamente normal, ou seja,<br />

todas as reacções foram negativas. No teste rápido <strong>de</strong> bioquímica urinária, 3 dos felinos<br />

apresentavam cerca <strong>de</strong> 30 mg/dl <strong>de</strong> proteína (+) e 1 cerca <strong>de</strong> 100 mg/dl (++). Este teste é<br />

subjectivo e possui baixa sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> em felinos (Syme, 2009). Sempre<br />

que o teste rápido sugere a existência <strong>de</strong> proteinúria, esta <strong>de</strong>ve ser quantificada através da<br />

<strong>de</strong>terminação do rácio UPC. A quantificação da proteinúria renal contribui para avaliar a<br />

gravida<strong>de</strong> da lesão renal e a resposta ao tratamento ou progressão da doença. Antes ou<br />

durante a <strong>de</strong>terminação do rácio, <strong>de</strong>ve ser realizada uma urianálise completa. No caso <strong>de</strong><br />

evidência <strong>de</strong> inflamação ou hemorragia (proteinúria não-glomerular) a quantificação da<br />

proteinúria <strong>de</strong>ve ser repetida após a terapêutica bem sucedida da doença inflamatória<br />

(Grauer, 2001). Neste estudo a análise microscópica do sedimento urinário foi realizada em<br />

83,3% (5/6) dos casos, pois um dos felinos não apresentava sedimento na amostra <strong>de</strong> urina.<br />

Todas as amostras avaliadas apresentavam sedimento consi<strong>de</strong>rado normal. Em 100% (5/5)<br />

dos casos existiam raras células dos epitélios escamoso e <strong>de</strong> transição e ausência aparente<br />

<strong>de</strong> bactérias, 80% (4/5) não continham cristais, 60% (3/5) não foram observados eritrócitos<br />

nem leucócitos, 40% (2/5) apresentavam raros eritrócitos e leucócitos, em 40% (2/5) foram<br />

visíveis gotículas <strong>de</strong> gordura, e em 20% (1/5) observaram-se raros cristais. A avaliação<br />

microscópica do sedimento urinário nestes pacientes não i<strong>de</strong>ntificou alterações sugestivas<br />

<strong>de</strong> inflamação/hemorragia que levassem à suspeita <strong>de</strong> proteinúria patológica urinária não<br />

renal, tal como <strong>de</strong>scrito no Projecto Epi<strong>de</strong>miológico da IRIS, em que 84.1% dos felinos<br />

apresentavam sedimento urinário normal ou apenas com <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> hialina (IRIS, 2004).<br />

A urocultura foi realizada no Felino 22, pois durante a sua evolução clínica surgiu a suspeita<br />

<strong>de</strong> infecção do tracto urinário, mas esta análise revelou-se negativa. A <strong>de</strong>terminação do<br />

rácio UPC foi então realizada nos felinos que apresentaram proteinúria no teste rápido <strong>de</strong><br />

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