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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

estadio I da DRC <strong>de</strong>ve existir ina<strong>de</strong>quada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração urinária na ausência<br />

<strong>de</strong> uma causa extra-renal, <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> proteinúria <strong>de</strong> origem renal, tamanho ou forma renal<br />

anormal à palpação confirmada por imagem, alterações na biópsia renal, ou aumento da<br />

concentração <strong>de</strong> creatinina (mesmo permanecendo <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> referência) em<br />

amostras seriadas. Os resultados do estadiamento obtidos neste estudo diferem em parte<br />

dos apresentados no Projecto Epi<strong>de</strong>miológico da IRIS, em que 33,3% dos felinos estavam<br />

no estadio I, 37,2% no estadio II, 15,4% no estadio III e os restantes 14,1% no estadio IV. A<br />

maior parte <strong>de</strong>stes animais (70,5%) encontravam-se nos estadios I e II da doença (IRIS,<br />

2004), enquanto no presente estudo 84% dos gatos foram classificados nos estadio II e III<br />

da DRC. Este sistema <strong>de</strong> classificação permite melhorar a comunicação entre profissionais<br />

sobre a doença renal, facilitar o diagnóstico e prognóstico dos paciente com DRC, i<strong>de</strong>ntificar<br />

as potenciais consequências que exigem maneio nos diferentes estadios da doença renal e<br />

fornecer planos terapêuticos lógicos (Elliott & Watson, 2010). Apesar do tratamento dos<br />

felinos com DRC ser planeado e adaptado individualmente a cada paciente, a IRIS propõe<br />

linhas terapêuticas úteis utilizadas como ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> acordo com o estadio da<br />

doença renal (IRIS, 2009b).<br />

O sub-estadiamento da DRC foi realizado em 6 dos felinos em estudo, através da<br />

<strong>de</strong>terminação do perfil urinário e proteinúrico e da pressão arterial <strong>de</strong>stes animais.<br />

Para a realização do sub-estadiamento com base na proteinúria, i<strong>de</strong>almente <strong>de</strong>ve provar-se<br />

que esta é persistente, através da <strong>de</strong>monstração da sua presença em pelo menos três<br />

amostras <strong>de</strong> urina colhidas ao longo <strong>de</strong> um período mínimo <strong>de</strong> duas semanas (Elliott &<br />

Watson, 2010). A quantificação da proteinúria realiza-se pela <strong>de</strong>terminação do rácio UPC,<br />

nos casos em que não existe evidência <strong>de</strong> inflamação do tracto urinário, hemorragia ou<br />

disproteinémias (IRIS, 2009a). Neste estudo, por questões económicas dos proprietários, foi<br />

apenas realizada uma <strong>de</strong>terminação do rácio UPC por paciente, não sendo por isso possível<br />

confirmar a persistência da proteinúria que é consi<strong>de</strong>rada mais expressiva para avaliação do<br />

paciente que a proteinúria transitória (Elliott & Watson, 2010). A urina foi recolhida por<br />

cistocentese ecoguiada. Esta técnica evita a contaminação durante a colheita da amostra, o<br />

risco <strong>de</strong> provocar infecção é insignificante (DiBartola, 2005), e é um procedimento<br />

relativamente simples e atraumático (Barber, 2004). Em termos do exame <strong>de</strong> urina, foram<br />

encontrados diversos marcadores <strong>de</strong> doença renal, nomeadamente, incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

concentração urinária (100%), proteinúria (66,7%), glicosúria (16,7%) e cristalúria (16,7%).<br />

No exame físico da urina a cor variou <strong>de</strong> transparente a amarelo, sendo consi<strong>de</strong>rada normal.<br />

Quanto à turbi<strong>de</strong>z, 50% (3/3) das amostras apresentaram-se límpidas enquanto as restantes<br />

50% (3/3) estavam ligeiramente turvas. A turbi<strong>de</strong>z po<strong>de</strong>ria ser causada pela presença <strong>de</strong><br />

eritrócitos, leucócitos, cristais, bactérias, muco, lípidos e <strong>de</strong>tritos, sendo consi<strong>de</strong>rada normal<br />

na ausência <strong>de</strong> outras alterações macro ou microscópicas (Reine & Langston, 2005). Em<br />

todos os felinos em estudo existia incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração urinária, comprovada por<br />

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