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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

2004). A sua gravida<strong>de</strong> e evolução relacionam-se com o estadio da DRC, agravando à<br />

medida que a doença progri<strong>de</strong> (Polzin, et al., 2005). Estudos realizados têm <strong>de</strong>monstrado<br />

que a presença <strong>de</strong> anemia não regenerativa po<strong>de</strong> estar associada a um mau prognóstico<br />

nestes animais (Elliott & Brown, 2004).<br />

Em 8% (2/25) dos felinos os valores <strong>de</strong> proteínas totais estavam ligeiramente elevados (8,6<br />

mg/dl), associados a ligeira <strong>de</strong>sidratação, mesmo após rehidratação. Nos pacientes<br />

<strong>de</strong>sidratados é importante a reavaliação do valor <strong>de</strong> hematócrito e <strong>de</strong> proteínas totais após<br />

correcta hidratação, pois a anemia po<strong>de</strong> estar mascarada (DiBartola, 2009).<br />

O hemograma completo foi realizado em 44% dos felinos (11/25). O achado mais comum foi<br />

a leucocitose com neutrofilia observada em 45,4% (5/11) dos animais. Nestes pacientes, a<br />

contagem total e diferencial <strong>de</strong> leucócitos po<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar alterações relacionadas com a<br />

potencial causa primária da doença renal, por exemplo, uma leucocitose com neutrofilia e<br />

<strong>de</strong>svio à esquerda seria <strong>de</strong> esperar um processo inflamatório (Elliott & Brown, 2004), mas<br />

estes resultados também po<strong>de</strong>m ser provocados por causas fisiológicas, tal como o stress<br />

durante a colheita sanguínea. Em 36,4% (4/11) dos casos, os valores <strong>de</strong> hematócrito,<br />

hemoglobina e número <strong>de</strong> eritrócitos, com valores normais <strong>de</strong> CHCM e VCM. Estes<br />

resultados confirmam o <strong>de</strong>senvolvimento frequente <strong>de</strong> anemia normocítica e normocrómica<br />

nos pacientes com DRC, potencialmente não regenerativa.<br />

A concentração sérica <strong>de</strong> fósforo foi <strong>de</strong>terminada em 24% (6/25) dos felinos em estudo, dos<br />

quais apenas 16,7% (1/6) apresentava hiperfosfatémia (7,8 mg/dl). A hiperfosfatémia é<br />

<strong>de</strong>scrita em cerca <strong>de</strong> 60% dos gatos com DRC e tem sido correlacionada com a progressão<br />

da doença renal (Surgess, 2008). A concentração plasmática <strong>de</strong> fósforo é consi<strong>de</strong>rada a<br />

medição mais eficaz para o diagnóstico <strong>de</strong> hiperparatiroidismo nestes pacientes, <strong>de</strong> entre os<br />

parâmetros bioquímicos gerais (Elliott & Brown, 2004). Num estudo realizado foi<br />

<strong>de</strong>monstrado que a prevalência <strong>de</strong> hiperparatiroidismo renal secundário em gatos<br />

clinicamente normais, com evidência bioquímica <strong>de</strong> DRC foi <strong>de</strong> 47%, e <strong>de</strong> 100% nos gatos<br />

com falha renal nos estadios terminais (Barber & Elliott, 1998). Esta complicação frequente<br />

da DRC po<strong>de</strong> afectar pacientes com níveis normais <strong>de</strong> fósforo (Corta<strong>de</strong>llas, 2009a), sendo o<br />

seu diagnóstico <strong>de</strong>finitivo realizado pela <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> concentrações plasmáticas<br />

elevadas <strong>de</strong> PTH (Barber, 2004). Se a dieta renal não for suficiente para o controlo dos<br />

valores <strong>de</strong> fósforo, <strong>de</strong>vem ser adicionados à terapêutica quelantes intestinais <strong>de</strong> fósforo<br />

(Surgess, 2008).<br />

Em relação às alterações ecográficas verificadas em 10 dos 25 felinos em estudo, foi<br />

frequente observar atrofia renal uni ou bilateral e alterações da ecogenicida<strong>de</strong> com perda <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finição cortico-medular. Achados menos frequentes incluem: presença <strong>de</strong> quistos no<br />

parênquima renal, renomegália bilateral e presença <strong>de</strong> massa renal. O exame ecográfico é<br />

útil para o diagnóstico <strong>de</strong> DRC, mas geralmente não permite chegar à causa da doença<br />

renal (Nyland et al., 2002).<br />

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