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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

(IRIS, 2004). Verificou-se uma pequena discrepância nas ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acordo com o género,<br />

as fêmeas apresentaram média <strong>de</strong> 10,8 anos, mediana <strong>de</strong> 11 anos e moda <strong>de</strong> 14 anos,<br />

enquanto os machos tinham ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 9,7 anos, mediana e moda <strong>de</strong> 8 anos. Estas<br />

diferenças foram anteriormente verificadas noutros estudos, mas a causa não foi<br />

i<strong>de</strong>ntificada. Actualmente a hipótese mais forte indica uma possível progressão da DRC<br />

mais rápida nos felinos machos, logo, estes apresentarão ida<strong>de</strong> inferior aquando do<br />

diagnóstico, comparativamente às fêmeas (White et al., 2006).<br />

Em relação às raças, a Europeu Comum é a mais representada, por 84% (21/25) dos felinos<br />

em estudo, enquanto 8% (2/25) são <strong>de</strong> raça Siamês e os restantes 8% (2/25) <strong>de</strong> raça Persa.<br />

Apesar <strong>de</strong>stes resultados, não parece existir diferença significativa entre as diversas raças<br />

(IRIS, 2004).<br />

Quanto aos dados da história e exame físico, é necessário ter em conta que esta informação<br />

po<strong>de</strong>ria não estar completa nas fichas clínicas <strong>de</strong>stes animais. Tal como no Projecto<br />

Epi<strong>de</strong>miológico da IRIS (2004), os achados mais frequentemente <strong>de</strong>scritos na história<br />

pregressa <strong>de</strong>stes animais, aquando da sua apresentação foram: a anorexia parcial ou total<br />

(76%), a perda <strong>de</strong> peso (60%), a letargia (44%), a PU/PD (40%) e o vómito (20%). Foi<br />

possível também observar em alguns dos casos, outros sinais menos comuns como<br />

alterações na pelagem (8%) e diarreia com sangue (4%). A nível do exame físico, foi<br />

verificou-se perda <strong>de</strong> peso com má condição corporal em 80% (20/25) dos gatos, sinais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sidratação em 56% (14/25), pali<strong>de</strong>z das mucosas em 32% (8/25), hálito azotémico em 8%<br />

(2/25), hipotermia em 4% (1/25) e gengivite em 4% (1/25) dos felinos. No Projecto<br />

Epi<strong>de</strong>miológico da IRIS (2004) os sinais clínicos mais frequentes no exame físico foram:<br />

problemas <strong>de</strong>ntários (34.5%), palpação renal anormal (18.4%), perda <strong>de</strong> peso (17%),<br />

alterações da pelagem (16.6%) e <strong>de</strong>sidratação (10.9%).<br />

Em 100% dos animais em estudo verificou-se a existência <strong>de</strong> azotémia pela elevação da<br />

concentração plasmática <strong>de</strong> creatinina e BUN. Como referido anteriormente, a presença <strong>de</strong><br />

azotémia foi um dos pontos-chave no diagnóstico da DRC nestes pacientes. Ambos os<br />

parâmetros são indicadores <strong>de</strong> função renal frequentemente utilizados na prática clínica.<br />

Os valores <strong>de</strong> hematócrito apresentaram um mínimo <strong>de</strong> 12,0% e um máximo <strong>de</strong> 38,0%. A<br />

anemia estava presente em 48% (12/25) dos casos, com valores entre 12,0 e 23,3%. De<br />

acordo com os intervalos propostos por Couto (2009), 58,3% (7/12) <strong>de</strong>stes felinos<br />

apresentavam anemia ligeira (hematócrito entre 20 e 24%), 25% (3/12) anemia mo<strong>de</strong>rada<br />

(hematócrito entre 15 e 19%) e apenas 16,7% (2/12) tinham anemia grave (hematócrito igual<br />

ou inferior a 14%). Comparando estes resultados com o respectivo estadiamento, verificouse<br />

que 75% (9/12) dos animais com anemia encontravam-se nos estadios terminais da<br />

doença, e todos os felinos com anemia mo<strong>de</strong>rada a grave estavam nos estadios III ou IV da<br />

DRC. Estes resultados corroboram o facto da anemia ser mais frequente nas fases tardias<br />

da doença, quando gran<strong>de</strong> parte do tecido renal se encontra <strong>de</strong>struído (Elliott & Brown,<br />

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