Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
obra <strong>de</strong> arte; (ii) a existência <strong>de</strong> uma fragmentação <strong>da</strong> arte, quer seja através <strong>da</strong> ênfase<br />
na arte como fazer ou <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem estética escolhi<strong>da</strong> e (iii) a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
recomposição <strong>de</strong>ssa arte através <strong>de</strong> uma estética filosófica. Uma seqüência possível<br />
que quero adotar é a <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> e comparação entre a estética filosófica e outros<br />
teóricos contemporâneos que corroboram, não especificamente com a estética, mas<br />
por exemplo, com a idéia <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> ecologia cognitiva, que são,<br />
respectivamente, Morin e Lévy.<br />
Em comum com os teóricos <strong>da</strong> estética citados anteriormente, está que<br />
ambos trabalham com a idéia que, ca<strong>da</strong> vez mais, a compreensão <strong>da</strong>s partes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> compreensão do todo e vice-versa, não isolando um <strong>de</strong>terminado conhecimento <strong>de</strong><br />
maneira positivista.<br />
Por exemplo, enquanto Pareyson nos fala sobre a confusão pratica<strong>da</strong> por<br />
alguns ao reduzirem ou absolutizarem a estética a uma única manifestação artística, ao<br />
mesmo tempo diz que se <strong>de</strong>ve garantir um sistema <strong>de</strong> arte passível <strong>de</strong> ter como base<br />
uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> cultura ou sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (PAREYSON, 2001, p. 178); concomitante a<br />
isso, Morin em seu Método coloca o perigo <strong>de</strong> se ter um conhecimento geral que po<strong>de</strong><br />
escon<strong>de</strong>r "as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s do saber, ou seja, a resistência que o real impõe à idéia: ele é<br />
sempre abstrato, pobre, 'i<strong>de</strong>ológico', ele é sempre simplificador" (MORIN, 2005a, p.<br />
28), mas que esse conhecimento requer “ao mesmo tempo uma maior riqueza na<br />
diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e uma maior riqueza na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> (que será, por exemplo, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na<br />
intercomunicação e não na coerção)" (MORIN, 2005a, p. 148-149).<br />
Essa preocupação em não relativizar é bastante níti<strong>da</strong> no pensamento<br />
pareysoniano, até mesmo quando questiona a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma história <strong>da</strong> arte diante dos conceitos <strong>de</strong> originali<strong>da</strong><strong>de</strong> e continui<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />
De um lado, os nexos históricos são acentuados até<br />
comprometerem a originali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s obras e, <strong>de</strong> outro, a<br />
singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas é exalta<strong>da</strong> numa in<strong>de</strong>pendência atomística e<br />
priva<strong>da</strong> <strong>de</strong> relações. Em suma, <strong>de</strong> um lado, a historici<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />
compromete a especificação e, <strong>de</strong> outro, a especificação que nega<br />
a historici<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> um lado, a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> que compromete a<br />
originali<strong>da</strong><strong>de</strong> e, <strong>de</strong> outro, a originali<strong>da</strong><strong>de</strong> que nega a continui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
(PAREYSON, 2001, p. 130).<br />
3-99