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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

[...] confundir os planos dizer, por exemplo, que ca<strong>da</strong> arte tem sua<br />

estética, e <strong>da</strong>r, <strong>de</strong>ste modo, uma interpretação divisória às<br />

expressões correntes “estética <strong>da</strong> pintura”, “estética do cinema”,<br />

“estética musical”, e por aí afora. Tínhamos visto que, com estas<br />

expressões, somente se quer aludir à diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> do âmbito <strong>de</strong><br />

experiência à qual a reflexão é aplica<strong>da</strong>, e que o fato <strong>de</strong> que o<br />

termo “estética” permaneça constante alu<strong>de</strong> precisamente à<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta reflexão (PAREYSON, 2001, p. 178).<br />

Pareyson e sua teoria <strong>da</strong> formativi<strong>da</strong><strong>de</strong> coloca a estética como reflexão<br />

filosófica sobre a experiência artística, <strong>de</strong>finindo-a como<br />

[...] uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na qual execução e invenção proce<strong>de</strong>m pari<br />

passu, simultâneas e inseparáveis, na qual o incremento <strong>de</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> é constituição <strong>de</strong> uma valor original (PAREYSON, 2001,<br />

p. 25-26).<br />

Vale à pena lembrar que ao longo <strong>de</strong>ste capítulo tive a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

apresentar partes do pensamento pareysoniano, através <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estética e<br />

<strong>da</strong> autonomia <strong>da</strong> arte, mas, em seus escritos Pareyson vai adiante e abor<strong>da</strong> temas tais<br />

como pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> e impessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> arte enfocando a arte, a pessoa e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

conforme argumenta:<br />

Justas são as exigências <strong>de</strong> reconhecer <strong>de</strong> um lado o<br />

condicionamento social <strong>da</strong> arte e, <strong>de</strong> outro, a sua ineliminável<br />

pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> e inventivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Estas duas exigências nem ao menos<br />

estão em contraste; antes, convergem e coinci<strong>de</strong>m nos conceitos<br />

<strong>de</strong> pessoa e <strong>de</strong> criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana (PAREYSON, 2001, p. 115).<br />

Outro item <strong>de</strong> reflexão na obra <strong>de</strong> Pareyson é sobre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />

impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> história <strong>da</strong> arte, para ele <strong>de</strong> um lado “os nexos históricos são<br />

acentuados até comprometerem a originali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s obras e, <strong>de</strong> outro, a singulari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stas é exalta<strong>da</strong> numa in<strong>de</strong>pendência atomística priva<strong>da</strong> <strong>de</strong> relações” (2001, p. 129).<br />

Mais uma vez Pareyson recorre ao todo como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> solução:<br />

[...] evi<strong>de</strong>ncia-se que história <strong>da</strong> arte é possível somente quando<br />

os conceitos <strong>de</strong> historici<strong>da</strong><strong>de</strong> e especificação, e <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

originali<strong>da</strong><strong>de</strong> não se radicalizam, respectivamente, <strong>de</strong> modo a se<br />

excluírem um ao outro, mas quando convergem e se conciliam<br />

(2001, p. 130).<br />

Neste ponto já dá para perceber certa niti<strong>de</strong>z nos conceitos e reflexões feitos<br />

até aqui tais como: (i) a presença <strong>da</strong> interpretação na mediação entre observador e<br />

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