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manifestação artística.<br />

Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

No mesmo sentido proposto por Souriau, há também a contribuição <strong>de</strong> T. W.<br />

Adorno que em seu ensaio “Die kunst und die Künste” (1973) esboça a teoria do<br />

eno<strong>da</strong>mento ou emaranhamento <strong>da</strong>s artes (Verfransung). Segundo Durão, o termo<br />

emaranhamento <strong>da</strong>s artes “caracteriza um processo pelo qual os diversos gêneros<br />

artísticos rompem suas fronteiras para gerar um estranho tipo <strong>de</strong> aproximação”<br />

(DURÃO, 2003). No entanto o termo Verfransung também po<strong>de</strong> significar,<br />

dialeticamente, <strong>de</strong>compor em fios, <strong>de</strong>terminando assim uma tendência <strong>da</strong>s artes em<br />

não mais ficarem estáticas em seus campos ou sistemas. Ain<strong>da</strong> segundo Durão,<br />

A idéia <strong>de</strong> emaranhamento teoriza uma inclinação <strong>da</strong>s artes, ao<br />

mesmo tempo generaliza<strong>da</strong> e não programática, em romper as<br />

barreiras tradicionais impostas por seus materiais brutos e,<br />

conseqüentemente, <strong>de</strong> se aproximar uma <strong>da</strong>s outras. Ela po<strong>de</strong> em<br />

gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong> ser empiricamente verifica<strong>da</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong>s artes <strong>de</strong>pois do esgotamento <strong>da</strong>s vanguar<strong>da</strong>s, em uma<br />

dinâmica que obliquamente atesta a hipó<strong>tese</strong> sobre o surgimento<br />

do pós-mo<strong>de</strong>rnismo com a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> um paradigma temporal<br />

para um espacial [...] (DURÃO, 2003, p. 51)<br />

Já Eco, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> experiência pessoal, fala sobre se chegar às<br />

teorias universais, transpondo a barreira do gosto, consi<strong>de</strong>rando-se que<br />

[...] no seio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> experiência pessoal existem “elementos<br />

intelectuais que, para lá <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m servir<br />

como pontos <strong>de</strong> referência”; ca<strong>da</strong> pessoa ao exercer o seu gosto<br />

pessoal, reconhece alguns juízos formulados por outros como<br />

esteticamente superiores, criticamente mais precisos (ECO, 1991,<br />

p. 57).<br />

Mais uma vez a estética vê em seu caminho a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong><br />

entendimento objetivo <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> arte, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua natureza<br />

material ou <strong>de</strong> sua técnica.<br />

Cabe aqui observar que mesmo sem respeitar uma linha <strong>de</strong> tempo, estes<br />

diversos autores buscam acentuar o valor <strong>de</strong> uma estética livre <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong><br />

amarra, mas com o compromisso do <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo que em múltiplas<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ao longo do tempo e <strong>da</strong> geografia e nas mais varia<strong>da</strong>s expressões<br />

artísticas. Este compromisso faz parte <strong>da</strong> estética filosófica com to<strong>da</strong> sua abertura<br />

dialógica para o novo, conforme apresento no item seguinte, através <strong>da</strong> teoria <strong>da</strong><br />

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