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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

facilmente <strong>de</strong>tectáveis), nem o músico, nem o <strong>de</strong>senhista ou o<br />

pintor, entretanto, as <strong>de</strong>sejaram ou procuraram. O músico pensou<br />

musicalmente, o pintor plasticamente. E é nos próprios princípios<br />

<strong>da</strong> arte específica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um e na experiência ativa e concreta<br />

que adquiriram, em seus respectivos trabalhos, dos imperativos e<br />

optativos <strong>de</strong>stes, que estavam secretamente implica<strong>da</strong>s as razões<br />

<strong>de</strong>ssa similitu<strong>de</strong> (SOURIAU, 1983, p. 31).<br />

Como arremate, po<strong>de</strong>-se dizer que para a arte é necessário a existência <strong>de</strong><br />

fatores físico-temporais como manifestações artísticas, concomitante com os aspectos<br />

subjetivos ou espirituais, como bem resume Pareyson,<br />

Gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> magia e do mistério <strong>da</strong> arte consiste exatamente<br />

nesta convergência <strong>de</strong> espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong> e fisici<strong>da</strong><strong>de</strong>, que faz <strong>da</strong> obra<br />

um corpo e um espírito, uma coisa e, juntamente, um valor. [...] A<br />

magia <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> arte não é a convergência, ou a copresença, ou<br />

a mediação <strong>da</strong> sua espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> sua fisici<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas a<br />

coincidência <strong>de</strong>stes dois termos: o fato <strong>de</strong> na obra não existir<br />

na<strong>da</strong> <strong>de</strong> físico que não seja significado espiritual, nem na<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

espiritual que não seja presença física (PAREYSON, 2001, p. 156-<br />

57).<br />

Portanto, há aqui uma idéia <strong>de</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> não separação <strong>da</strong>s partes, sob<br />

pena <strong>de</strong> distorções no trato <strong>da</strong> arte quando esta <strong>de</strong>finitivamente encontra a tecnologia<br />

com to<strong>da</strong> a sua possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> amálgama. De fato, cabe à estética a função <strong>de</strong><br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sem negligenciar as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s manifestações artísticas – que<br />

po<strong>de</strong>m ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s e analisa<strong>da</strong>s em suas técnicas específicas –, mas <strong>da</strong>ndo espaço à<br />

compreensão filosófica, à concretu<strong>de</strong> <strong>da</strong> arte, à crítica e à poética, em prol <strong>de</strong> uma<br />

reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente filosófica sobre o objeto artístico.<br />

É esta idéia <strong>de</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> própria <strong>da</strong> arte que permite a ação <strong>de</strong> uma estética<br />

com trâmite pelas mais diversas expressões artísticas, sendo ela filosófica, no primeiro<br />

instante, para <strong>de</strong>pois ousar ser comparativa e enre<strong>da</strong><strong>da</strong> nas manifestações as quais se<br />

propõe refletir.<br />

Ressalto aqui que essa característica <strong>de</strong> totalização própria <strong>da</strong> reflexão<br />

estética é um caminho natural <strong>de</strong> engajamento por parte do diretor <strong>de</strong> arte, seja ele<br />

advindo <strong>de</strong> áreas especializa<strong>da</strong>s do conhecimento, ou com formação em direção <strong>de</strong><br />

arte e mídia. Dessa maneira, ao li<strong>da</strong>r com a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expressões e <strong>de</strong> matérias-<br />

primas, ao mesmo tempo em que incapaz <strong>de</strong> dominar to<strong>da</strong>s as técnicas, resta-lhe o<br />

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