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Ain<strong>da</strong> segundo Souriau,<br />

Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

[...] é fácil ver que a cor na pintura, o claro-escuro na aquarela, o<br />

relevo na escultura, o movimento na <strong>da</strong>nça, os elementos<br />

fonéticos essenciais <strong>da</strong> voz articula<strong>da</strong> na literatura, o som puro na<br />

música etc., são igualmente <strong>da</strong>dos qualitativamente específicos,<br />

que diversificam a arte no plano <strong>da</strong> existência fenomenal (1983, p.<br />

88).<br />

Então não é tão trivial encontrar essas principais manifestações já que as<br />

mesmas obe<strong>de</strong>cem a um sentido mais complexo dos qualia sensíveis. Estes qualia são,<br />

em complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e em número, na mesma proporção <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> artes que<br />

existem ou possam vir a existir, tendo seus limites fincados no sensorial.<br />

Não existindo manifestações principais e sim manifestações essenciais – to<strong>da</strong>s<br />

–, po<strong>de</strong>-se dizer que as técnicas <strong>de</strong>finirão quais prepon<strong>de</strong>ram. Na pintura, por<br />

exemplo, as manifestações estão nos matizes, tons e texturas; na arquitetura a<br />

edificação do espaço é a manifestação primordial; na música a altura, intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

timbre e duração são atributos <strong>da</strong> matéria prima e sua manifestação o ritmo, harmonia<br />

e melodia etc.<br />

Mas, e no universo multimídia? Quais manifestações são mais importantes?<br />

Algumas ou to<strong>da</strong>s? É possível “observar” uma manifestação dissocia<strong>da</strong> <strong>de</strong> outra?<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> uma obra <strong>de</strong> arte<br />

multimídia, sua razão <strong>de</strong> ser só se faz na totali<strong>da</strong><strong>de</strong> e na imbricação dos qualia; na<br />

imersão <strong>completa</strong> <strong>de</strong> todos os sentidos envolvidos e com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abstração<br />

<strong>de</strong> qualquer função ou utili<strong>da</strong><strong>de</strong> que não seja aquela própria <strong>da</strong> criação artística.<br />

Assim a questão posta é a <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção e percepção, por<br />

parte do observador – e mais especificamente no universo <strong>de</strong>ste trabalho, do diretor<br />

<strong>de</strong> arte e mídia –, dos diversos qualia e, ao mesmo tempo, a compreensão que a obra<br />

cria<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve ser compreendi<strong>da</strong> num todo. Esta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> qualia é<br />

entendi<strong>da</strong> por Souriau como possível, a partir <strong>de</strong> correspondências entre as<br />

manifestações artísticas, mesmo que isto não tenha sido imaginado pelo artista:<br />

Com efeito, não esqueçamos isto, que é essencial: quaisquer que<br />

sejam as similitu<strong>de</strong>s que possamos encontrar, por exemplo, entre<br />

uma melodia e um arabesco <strong>de</strong>corativo, entre uma combinação<br />

<strong>de</strong> cores e um acor<strong>de</strong> musical (salvo exceções muito raras e<br />

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