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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

Pareyson diz que ao se negar, por exemplo, a arte quando esta se torna<br />

propagan<strong>da</strong>, ou pregação é semelhante a quando esta se reduz à técnica ou no afã <strong>de</strong><br />

um valor artístico exclusivo e absoluto, para ele<br />

A arte po<strong>de</strong> ter fins e assumir funções não artísticas somente<br />

através <strong>de</strong> sua inviola<strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> artística. [...] É necessário <strong>da</strong>rse<br />

conta <strong>de</strong> que o conceito <strong>de</strong> autonomia <strong>da</strong> arte, quando<br />

corretamente entendido, é totalmente compatível com o i<strong>de</strong>al e o<br />

programa <strong>de</strong> uma arte nutri<strong>da</strong> <strong>de</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e capaz <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenhar outras funções, já que as especificações <strong>da</strong> arte<br />

garantem, ao mesmo tempo, sua funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e suficiência [...]<br />

(PAREYSON, 2001, p. 46).<br />

Meu entendimento é que a obra <strong>de</strong> arte não possui diretamente uma<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser útil, mas que, indiretamente, esta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> estar presente,<br />

sem necessariamente tirar <strong>da</strong> obra sua inerência criativa. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> tal<br />

característica é <strong>de</strong> suma importância nos dias atuais, principalmente pela utilização <strong>da</strong><br />

arte, na maioria <strong>da</strong>s vezes, atrela<strong>da</strong> a uma função comunicativa e instrumental, sem<br />

falar na capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> que a indústria cultural possui <strong>de</strong> massificação sem reflexão. A<br />

função <strong>da</strong> estética po<strong>de</strong> ser exerci<strong>da</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> função do objeto artístico<br />

estu<strong>da</strong>do. Assim, uma peça qualquer <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser esteticamente analisa<strong>da</strong><br />

em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong>, o mesmo acontecendo com produtos artísticos<br />

veiculados na TV, ví<strong>de</strong>o, cinema ou em re<strong>de</strong>s digitais e to<strong>da</strong>s as outras formas<br />

tradicionais do fazer artístico.<br />

3.3.1 Principais manifestações <strong>da</strong> arte<br />

Ao se observar a arte e, conseqüentemente, a estética e a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> suas<br />

principais manifestações, mesmo sem levar em consi<strong>de</strong>ração os dias atuais nos quais a<br />

tecnologia fomenta novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> se fazer arte, encontra-se um número<br />

razoavelmente gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> expressões artísticas.<br />

Souriau (1983, p. 103) divi<strong>de</strong> as belas-artes em sete campos utilizando o<br />

conceito <strong>de</strong> qualia 8 artisticamente utilizáveis, a saber:<br />

8 O conceito filosófico <strong>de</strong> qualia (plural <strong>da</strong> palavra latina quale) <strong>de</strong>fine as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s subjetivas <strong>da</strong>s<br />

experiências mentais. O uso dos qualia foi recuperado por Clarence Irving Lewis em 1929 em seu escrito<br />

Mind and the World Or<strong>de</strong>r (http://www2.fcsh.unl.pt/docentes/hbarbas/Textos/Qualia_Proust_<br />

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