Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
<strong>de</strong>ste tópico. É essa combinação entre reflexão e experiência que possibilita uma<br />
totali<strong>da</strong><strong>de</strong> própria do que é estética:<br />
Os perigos aos quais a estética po<strong>de</strong> expor-se por uma abertura<br />
ao concreto <strong>da</strong> experiência, isto é, o risco <strong>de</strong> confundir-se com a<br />
crítica ou a história ou a técnica <strong>da</strong> arte, são amplamente<br />
compensados e retificados pelas vantagens que lhe provêm<br />
<strong>da</strong>quela abertura, isto é, uma inexaurível multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
problemas e uma contínua possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> revolução. Por outro<br />
lado, o contato vivificante com a experiência só é possível com<br />
aquele limite que, impedindo a estética <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar-se com a<br />
experiência estética, garante sua distinção <strong>da</strong> crítica, <strong>da</strong> poética e<br />
<strong>da</strong>s teorias <strong>da</strong>s diversas artes (PAREYSON, 2001, p. 9)<br />
Nesta ótica, a estética procura objetivamente chegar a conclusões teóricas<br />
universais do mundo artístico, ou seja, o conjunto <strong>de</strong> fatos e elementos que<br />
contribuem para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> artística (MOTTA, 2005). Mas para se chegar a estas<br />
“teorias universais” <strong>de</strong>ve-se passar pela barreira do gosto pessoal e esta “passagem” é<br />
bem possível já que,<br />
[...] no seio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> experiência pessoal existem ‘elementos<br />
intelectuais que, para lá <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m servir<br />
como pontos <strong>de</strong> referência; ca<strong>da</strong> pessoa ao exercer o seu gosto<br />
pessoal, reconhece alguns juízos formulados por outros como<br />
esteticamente superiores, criticamente mais precisos (ECO, 1991,<br />
p. 57).<br />
Uma <strong>da</strong>s questões abor<strong>da</strong><strong>da</strong> pela estética é, grosso modo, o problema <strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>finição do que é obra <strong>de</strong> arte. Entendo que há a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> arte estar<br />
volta<strong>da</strong> ao interesse <strong>de</strong> ser arte, não a vinculando necessariamente a qualquer tipo <strong>de</strong><br />
função. Diversos autores pensam <strong>de</strong> maneira similar, como por exemplo, para<br />
Dufrenne é necessário que a obra <strong>de</strong> arte “seja consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> propriamente como obra,<br />
isto é, como objeto estético e não como objeto útil” (2004, p. 49). E ele vai além ao<br />
dizer que existe um valor estético passível <strong>de</strong> ser criado e que o artista, “ao procurar,<br />
procura aquilo que po<strong>de</strong> encontrar o mundo: to<strong>da</strong> obra é subjetiva para ser objetiva,<br />
visto ser esta sua maneira <strong>de</strong> ser veraz” (p. 57). A mesma abor<strong>da</strong>gem é posta por<br />
Pareyson ao “reivindicar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que uma obra se mostre a<strong>de</strong>rente a um<br />
objetivo e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a uma <strong>de</strong>stinação sem, por isso, sofrer menoscabo na sua<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> artística, já que esta se adéqua àquela finali<strong>da</strong><strong>de</strong> justamente na sua<br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> arte” (PAREYSON, 2001, p. 54).<br />
3-90