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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

amplo <strong>da</strong> palavra não se sujeita à regra –, também coloca a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

trabalhar as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s natas, as quais se não “forem incrementa<strong>da</strong>s por constantes<br />

exercícios, por mais alto que tenham sido coloca<strong>da</strong>s, elas <strong>de</strong>generarão e per<strong>de</strong>rão<br />

força” (Estética, § 48). Com esta abor<strong>da</strong>gem, Baumgarten, <strong>de</strong> certa forma, traz à<br />

estética a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximação com a ciência, ao traçar uma linha tênue entre<br />

o talento natural e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> erudição, sem, no entanto, garantir que um<br />

obrigatoriamente sobreponha o outro (TOLLE, 2007).<br />

Mas aqui se <strong>de</strong>ve atentar que uma suposta separação ou busca por uma<br />

cientifici<strong>da</strong><strong>de</strong> do belo não é sinônimo <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência total <strong>da</strong> filosofia, ou corre-se o<br />

risco <strong>de</strong> mimetizar a estética com aquilo que ela <strong>de</strong>finitivamente não é. Como diz<br />

Pareyson na sua tentativa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do lugar <strong>da</strong> estética:<br />

[...] há quem sustente que a estética não é filosofia, ou porque ela<br />

é, antes, alguma coisa intermediária entre a filosofia e a história<br />

<strong>da</strong> arte, ou porque ela não se encarrega <strong>de</strong> <strong>da</strong>r uma <strong>de</strong>finição<br />

geral <strong>da</strong> arte, ou porque, sendo a concreção necessária em tais<br />

assuntos, os testemunhos dos artistas, as reflexões dos críticos e<br />

historiadores e as doutrinas dos teóricos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> arte em<br />

particular po<strong>de</strong>m substituir, vali<strong>da</strong>mente, to<strong>da</strong> estética filosófica e<br />

mesmo, reivindicar, por si sós, o nome <strong>de</strong> estética, sem<br />

preocupar-se em ser prolonga<strong>da</strong>s ou elabora<strong>da</strong>s em teorias<br />

filosóficas, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira e propriamente ditas (PAREYSON, 2001, p.<br />

3)<br />

Por outro lado, ao se cristalizar totalmente o caráter filosófico <strong>da</strong> estética,<br />

esquecendo-se <strong>da</strong> experiência do fazer artístico e o produto <strong>de</strong>ste, o problema<br />

acarretado é posto <strong>da</strong> seguinte maneira:<br />

O filósofo que preten<strong>da</strong> legislar em campo artístico ou que<br />

<strong>de</strong>duza, artificialmente, uma estética <strong>de</strong> um sistema filosófico<br />

preestabelecido, ou que, em qualquer caso, proce<strong>da</strong> sem<br />

consi<strong>de</strong>rar a experiência estética, torna-se incapaz <strong>de</strong> explicar<br />

esta última e sua reflexão cessa <strong>de</strong> ser filosofia para reduzir-se a<br />

mero jogo verbal (PAREYSON, 2001, p. 3).<br />

Para Pareyson a estética é a soma <strong>da</strong> experiência com a reflexão e com o<br />

caráter especulativo e concreto ao mesmo tempo. Com isto, <strong>de</strong> certa forma, a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estética <strong>de</strong> Pareyson se coaduna com a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong><strong>da</strong> por Eco 7 no início<br />

7 Umberto Eco, juntamente com outros intelectuais importantes, tais como Gianni Vattimo e Mario<br />

Perniola, foram alunos <strong>de</strong> Luigi Pareyson.<br />

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