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<strong>de</strong>finir estética como<br />
Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
[...] a in<strong>da</strong>gação especulativa sobre o fenômeno arte em geral,<br />
sobre o ato humano que o produz e sobre as características<br />
generalizáveis do objeto produzido. [...] Quando, porém, se<br />
indicam como “estética” <strong>de</strong> qualquer arte discursos técnicos ou<br />
perceptivos, análises estilísticas ou juízos críticos, então<br />
po<strong>de</strong>remos ain<strong>da</strong> falar em estética, mas somente se atribuirmos<br />
ao termo uma acepção mais ampla e uma especificação mais<br />
concreta (ECO, 1991, p. 179-180).<br />
Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir em resumo, que a estética é constituí<strong>da</strong> por um discurso<br />
reflexivo e autônomo, <strong>de</strong> natureza filosófica e que trata dos aspectos gerais <strong>da</strong> arte, do<br />
fazer artístico e <strong>de</strong> seus resultados produzidos. Segundo Motta (2005), a razão <strong>de</strong> ser<br />
<strong>da</strong> estética está objetivamente liga<strong>da</strong> à elaboração <strong>de</strong> um discurso racionalmente<br />
articulado acerca <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> humana, como também à construção <strong>de</strong> um<br />
discurso reflexivo sobre o fazer artístico e o processo criativo humano.<br />
Por esta razão o discurso <strong>da</strong> estética é, por natureza, filosófico muito embora<br />
se utilize <strong>de</strong> uma metodologia particular e tenha como objetos <strong>de</strong> análise os<br />
fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> arte e as questões do belo.<br />
Este caráter filosófico até meados do séc. XVIII não <strong>da</strong>va à estética a<br />
autonomia que a mesma necessitava para se colocar como processo <strong>de</strong> conhecimento<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> filosofia. Esta “liber<strong>da</strong><strong>de</strong>” <strong>da</strong> metafísica, <strong>da</strong> lógica e <strong>da</strong> ética só é<br />
oficialmente adquiri<strong>da</strong> em 1750 com a publicação <strong>de</strong> Aesthetica <strong>de</strong> Alexan<strong>de</strong>r Gottlieb<br />
Baumgarten. Baumgarten <strong>de</strong>signou a Estética como a ciência que trata do<br />
conhecimento sensorial em contraponto à Lógica que abor<strong>da</strong> o saber cognitivo, para<br />
ele, o belo está no patamar mais alto <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong>sejado pelo ser humano.<br />
Para Baumgarten a estética não se coloca como poética para a confecção <strong>de</strong><br />
obras <strong>de</strong> arte, em suas palavras:<br />
Estou bastante longe <strong>de</strong> garantir a mim ou a qualquer outro um<br />
belo talento <strong>de</strong> espécie universal – ou, especificamente, a um<br />
orador merecedor <strong>de</strong> seus louros, a um poeta, a um músico etc. –,<br />
que graças à ciência <strong>da</strong> estética atinja <strong>de</strong> certo modo a perfeição<br />
em qualquer situação. [...] (Estética, § 74).<br />
Ao mesmo tempo em que ele expõe a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lúdica como totalmente<br />
necessária ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> perfeição estética – já que o artista, no sentido<br />
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