Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
A conseqüência é que o espírito humano, pelo hegelianismo, é o manifesto<br />
supremo <strong>de</strong> Deus, presente na produção artística, tanto quanto na natureza.<br />
Mas é em sua segun<strong>da</strong> <strong>tese</strong> sobre a arte que Hegel, <strong>de</strong>libera<strong>da</strong>mente, achega-<br />
se ao sensível. Ao propor que a arte é para os sentidos, ele aproxima-se <strong>da</strong>s idéias <strong>de</strong><br />
estética propostas por Baumgarten, com a ressalva <strong>de</strong> que esta é uma manifestação<br />
sensível <strong>da</strong> Idéia,<br />
A pior forma, a menos a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para o espírito, é a apreensão<br />
meramente sensível. ... O espírito não fica na mera apreensão <strong>da</strong>s<br />
coisas exteriores mediante os olhos e os ouvidos, ele as faz para<br />
seu interior, que primeiramente está impulsionado a se realizar<br />
nas coisas materiais na forma <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e se comporta com<br />
elas como apetite (HEGEL, 1989, p. 38, tradução nossa).<br />
Portanto, como para Hegel tudo está <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente ligado ao mundo <strong>da</strong>s idéias,<br />
é totalmente possível encarnar essas idéias nos sentidos e na matéria. Assim, a beleza<br />
é sensível e é idéia ao mesmo tempo, sendo que a interpretação metafísica do belo –<br />
sensível no primeiro instante – se faz idéia no instante seguinte já que ao final tudo<br />
teve ser reduzido, <strong>de</strong> algum modo, ao mundo <strong>da</strong>s idéias. Nas palavras do próprio<br />
Hegel,<br />
Se dissemos que a beleza é uma idéia, temos <strong>de</strong> advertir que a<br />
beleza e a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a exceção <strong>de</strong> um aspecto são o mesmo,<br />
pois o belo tem que ser ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro em si mesmo. No entanto,<br />
examinado o problema mais <strong>de</strong> perto, o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro distingue-se<br />
assim mesmo do belo. Efetivamente, é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira a idéia em si<br />
mesma, em seu princípio geral e assim é pensa<strong>da</strong> como tal. Em<br />
conseqüência, a idéia não é a existência sensível e externa, senão,<br />
que é somente a idéia geral para o pensamento [...] Assim o belo<br />
se <strong>de</strong>termina como a irradiação sensível <strong>da</strong> Idéia (HEGEL, 1989, p.<br />
101, tradução nossa e grifos do autor).<br />
Hegel também se aproxima <strong>da</strong> idéia <strong>de</strong> Baumgartem por enten<strong>de</strong>r que há uma<br />
substancialização do belo, não sendo este simplesmente algo vindo <strong>de</strong> um mundo dos<br />
espíritos e que simplesmente pousa nas coisas; o belo <strong>de</strong>ve ser sensível, mesmo que<br />
ao mesmo tempo seja um espiritual que se sensibiliza.<br />
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