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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

teórico entre a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> por ele proposta e um estética filosófica e do sensível;<br />

entre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma estética comum a to<strong>da</strong>s as manifestações e o início <strong>de</strong><br />

sua fragmentação em abor<strong>da</strong>gens estéticas as mais diversas.<br />

3.2.3 A estética hegeliana<br />

Com seu i<strong>de</strong>alismo, Hegel parte do princípio que a arte é uma manifestação do<br />

Espírito e que, conseqüentemente, a beleza possui reflexos em seu mundo <strong>da</strong>s idéias,<br />

no qual existe o conceito do Belo. Em Hegel, a perfeição resulta <strong>da</strong> presença <strong>da</strong> idéia,<br />

Por tanto, todo o que existe só tem a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> por ser uma<br />

existência <strong>da</strong> idéia. Pois a idéia é a única ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente real.<br />

Efetivamente, o que aparece não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro pelo mero fato <strong>de</strong><br />

ter uma existência interna ou externa e <strong>de</strong> ser reali<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral,<br />

senão somente porque esta reali<strong>da</strong><strong>de</strong> correspon<strong>de</strong> ao conceito<br />

(HEGEL, 1989, p. 101, tradução nossa).<br />

Apesar <strong>de</strong> to<strong>da</strong> esta ascendência ao mundo <strong>da</strong>s idéias, Hegel <strong>de</strong>ixa bem claro o<br />

caráter sensível do Belo, muito embora este necessariamente nunca se coloque<br />

totalmente à tona, o que é próprio também <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. E é <strong>de</strong>sta forma que Hegel<br />

foge do conceito <strong>de</strong> juízo <strong>de</strong> gosto anteriormente apresentado por Kant, restituindo,<br />

<strong>de</strong> certa forma, a visão filosófica <strong>da</strong> estética.<br />

Para Hegel a obra <strong>de</strong> arte po<strong>de</strong> ser resumi<strong>da</strong> em três <strong>tese</strong>s (HEGEL, 1989, p.<br />

29): (i) a obra <strong>de</strong> arte não é produto <strong>da</strong> natureza, mas criação humana; (ii) é cria<strong>da</strong><br />

para os sentidos humanos e (iii) possui um fim em si mesma. Ain<strong>da</strong> segundo Hegel, a<br />

obra <strong>de</strong> arte como criação humana po<strong>de</strong> remeter à idéia <strong>de</strong> ação consciente, o que<br />

não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong> pela simples razão <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do ensino <strong>da</strong> arte, já que no<br />

máximo se po<strong>de</strong> chegar à imitação. Ao expor o paradoxo entre criação humana<br />

consciente e impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seu ensino – que incorreria na não liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e não<br />

espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong> –, Hegel incorpora o conceito <strong>de</strong> talento e, indiretamente, Deus:<br />

Nesta contraposição entre a produção natural como uma criação<br />

divina e a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana como meramente finita, bate a idéia<br />

errônea <strong>de</strong> que <strong>de</strong>us [sic] não opera no homem e pelo homem,<br />

senão que o círculo <strong>de</strong>sta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> se reduz à natureza. Temos <strong>de</strong><br />

afastar inteiramente esta opinião falsa se queremos penetrar no<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro conceito <strong>da</strong> arte (HEGEL, 1989, p. 33, tradução nossa).<br />

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