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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

<strong>tese</strong> que o julgamento do gosto não se fun<strong>da</strong> sobre conceitos<br />

<strong>de</strong>terminados e na antí<strong>tese</strong>, que está fun<strong>da</strong>do sobre um conceito<br />

in<strong>de</strong>terminado (o do substrato supra-sensível dos fenômenos), e<br />

então não teria entre eles contradição (KANT, 1876, p.107-108,<br />

tradução nossa)<br />

Daí o que se segue no i<strong>de</strong>alismo alemão, é uma tentativa <strong>de</strong> recomposição<br />

conceitual <strong>de</strong> uma estética aparentemente <strong>de</strong>struí<strong>da</strong> pelo subjetivismo kantiano.<br />

Nesse sentido Hegel afirma a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitualização <strong>da</strong> estética ao entendê-<br />

la como um modo <strong>de</strong> exteriorização e representação <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, já que só a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

conceituável,<br />

[...] Kant tomou como base, tanto para o entendimento como<br />

para a vonta<strong>de</strong>, a racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> que se refere a si mesma, a<br />

liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, a autoconsciência que se sente e sabe a si mesma como<br />

infinita. E este conhecimento do caráter absoluto <strong>da</strong> razão em si<br />

mesma, que produziu uma viragem <strong>da</strong> filosofia em tempos<br />

recentes, este ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> absoluto, não tem por que ser<br />

refutado, pois merece, <strong>de</strong> outra forma, reconhecimento, ain<strong>da</strong><br />

que consi<strong>de</strong>remos insuficiente a filosofia kantiana. Kant,<br />

efetivamente, cai <strong>de</strong> novo nas oposições fixas entre pensamento<br />

subjetivo e objetos, entre universali<strong>da</strong><strong>de</strong> abstrata e singulari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

sensível <strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> (HEGEL, 1989, p. 55, tradução nossa).<br />

Apesar <strong>de</strong> todo o efeito <strong>de</strong>molidor provocado pelo pensamento kantiano a<br />

respeito <strong>da</strong> estética, há uma sobra que é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como uma <strong>da</strong>s contribuições<br />

postas por Kant. Segundo Suassuna, Kant chama a atenção “para o fato <strong>de</strong> que a<br />

fruição <strong>da</strong> Beleza não era meramente intelectual, pois tinha papel fun<strong>da</strong>mental, nela, a<br />

imaginação” (2005, p. 32), incorporando esta última ao leque <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

abarcado pela estética.<br />

Já Dufrenne, numa crítica ao juízo <strong>de</strong> gosto kantiano, diz que o “preferir isto<br />

àquilo” <strong>de</strong>ve vir com a consciência que o julgamento é do sujeito, muito menos que do<br />

objeto, <strong>de</strong>sta forma distinguindo entre juízo objetivo e juízo subjetivo. Assim o uso <strong>de</strong><br />

expressões tais como a beleza está nos olhos <strong>de</strong> quem vê é “estar <strong>de</strong> má-fé ou ser<br />

ingênuo por excesso <strong>de</strong> sutileza, para sustentar um relativismo total e afirmar que<br />

todo juízo estético é irredutivelmente subjetivo” (DUFRENNE, 2004, p. 36).<br />

Esta paradoxal contribuição, entre uma subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> exacerba<strong>da</strong>, ao tempo<br />

em que enfatiza a imaginação na arte, faz do pensamento estético kantiano o divisor<br />

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