24.04.2013 Views

Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...

Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...

Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

Kant, ao colocar a sua idéia <strong>de</strong> juízo <strong>de</strong> conhecimento e <strong>de</strong> juízo <strong>de</strong> gosto,<br />

relacionando o primeiro à idéia <strong>de</strong> vali<strong>de</strong>z geral e o segundo ao conceito <strong>de</strong> agradável,<br />

portanto no mesmo nível <strong>da</strong> arte e <strong>da</strong> estética, reserva ao primeiro juízo o caráter <strong>de</strong><br />

indiscutível e <strong>de</strong> objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, enquanto o juízo <strong>de</strong> gosto fica no campo do subjetivo,<br />

resultando no <strong>de</strong>slocamento do foco do objeto para o sujeito.<br />

Não po<strong>de</strong> ter regra objetiva <strong>de</strong> gosto que <strong>de</strong>termine por meio <strong>de</strong><br />

conceitos o que é belo; porque todo julgamento <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong>sta<br />

fonte é estético, isto é, tem um princípio <strong>de</strong>terminante no<br />

sentimento do sujeito, e não no conceito <strong>de</strong> um objeto. Buscar um<br />

princípio do gosto que forneça em conceitos <strong>de</strong>terminados o<br />

critério universal do belo é trabalho inútil, já que o que se busca é<br />

impossível e contraditório em si (KANT, 1876, p. 46, tradução<br />

nossa).<br />

Já o juízo estético é apresentado por Kant como aquele que é um juízo <strong>de</strong><br />

gosto, mas que ao mesmo tempo se aproxima do juízo <strong>de</strong> conhecimento no instante<br />

que o sujeito exige que o mesmo tenha uma vali<strong>da</strong><strong>de</strong> geral. Para Kant,<br />

O caráter particular <strong>de</strong> universali<strong>da</strong><strong>de</strong> que têm certos julgamentos<br />

estéticos, os julgamentos do gosto, é uma coisa digna <strong>de</strong> se notar,<br />

se não pela lógica, ao menos pela filosofia trascen<strong>de</strong>ntal [...] Há<br />

uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> qual é necessário se convencer antes <strong>de</strong> tudo.<br />

Um julgamento do gosto (tratando-se do belo) exige <strong>da</strong> ca<strong>da</strong> um a<br />

mesma satisfação, sem se fun<strong>da</strong>r num conceito (porque então se<br />

trataria do bom) (KANT, 1876, p. 36, tradução nossa)<br />

Ao separar o belo do bom e dizer que este último está fun<strong>da</strong>mentado em um<br />

conceito, resta a Kant a tentativa <strong>de</strong> explicação racional pela qual um juízo <strong>de</strong> gosto<br />

carece <strong>de</strong> uma vali<strong>da</strong><strong>de</strong> universal, ou ao menos <strong>de</strong> uma coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> já que o mesmo<br />

“<strong>de</strong>ve referir a algum conceito, porque <strong>de</strong> outro modo, não po<strong>de</strong>ria em maneira<br />

alguma aspirar a um valor necessário e universal” (KANT, 1876, p. 107, tradução<br />

nossa).<br />

A solução encontra<strong>da</strong> por ele, para compreen<strong>de</strong>r a antinomia apresenta<strong>da</strong><br />

dialeticamente, é oferecer um conceito in<strong>de</strong>terminado, chamado por ele <strong>de</strong> substrato<br />

supra-sensível dos fenômenos, conforme diz ao <strong>de</strong>screver sua dialética do juízo<br />

estético:<br />

[...] nos dois juízos opostos <strong>da</strong>mos o mesmo sentido ao conceito,<br />

sobre o qual <strong>de</strong>ve se fun<strong>da</strong>r o valor universal <strong>de</strong> um juízo e, no<br />

entanto, retiramos predicados opostos. Dever-se-ia enten<strong>de</strong>r na<br />

3-81

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!