Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
Essas duas tendências irão se altercar ao longo dos séculos: ora a beleza<br />
intangível, ora a beleza material. Ain<strong>da</strong>, na seqüência histórica, há outra contribuição à<br />
reflexão sobre a arte que é a visão plotínica <strong>da</strong> beleza. Aqui o "espírito" platônico<br />
reaparece através <strong>de</strong> uma crítica feita à visão aristotélica <strong>da</strong> beleza,<br />
Pois bem, todos ou pouco menos que todos afirmam que é a<br />
proporção <strong>de</strong> umas partes com outras e com o conjunto, a uma<br />
com o bom colorido acrescentado a ela, a que constitui a beleza<br />
visível, e que para as coisas visíveis, como pára to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>mais<br />
em general, o ser belas consiste em estar bem proporciona<strong>da</strong>s e<br />
medi<strong>da</strong>s. Segundo esta teoria, na<strong>da</strong> que seja simples, senão<br />
força<strong>da</strong>mente só o composto, será belo. A<strong>de</strong>mais, segundo esta<br />
teoria, será belo o conjunto, enquanto as partes individuais não<br />
estarão dota<strong>da</strong>s <strong>de</strong> beleza por si mesmas, mas contribuirão a que<br />
o conjunto seja belo (PLOTINO, 1996, p. 79-80, tradução nossa).<br />
Em resumo, Plotino diz que ao <strong>de</strong>finir a beleza através <strong>da</strong> proporção e <strong>da</strong><br />
harmonia entre as partes e o todo, po<strong>de</strong>-se inferir que somente o composto po<strong>de</strong>ria<br />
ser belo e não o simples. Plotino escreve diretamente sobre estética e em sua visão "o<br />
conhecimento implica sempre em dois elementos: o conhecedor e o conhecido" (BAYER,<br />
1979, p. 75), muito embora ele tenha, <strong>de</strong> maneira neoplatônica, ligado novamente a<br />
beleza a um Absoluto no qual o sujeito <strong>de</strong>ve comungar.<br />
Mesmo nessas aparentes divergências, até então a estética mantinha seu viés<br />
filosófico, trabalhando o objeto <strong>da</strong> arte ora em relação ao mundo <strong>da</strong>s idéias, ora em<br />
relação às proporções intrínsecas, ou mesmo procurando um caminho do meio sem<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser uma reflexão sobre o objeto artístico.<br />
3.2.2 Kant e o juízo <strong>de</strong> gosto<br />
O salto que agora faço, por sobre a I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média e Renascimento, não coloca a<br />
estética na mesma proporção do umbral do conhecimento pelo qual a primeira foi<br />
conheci<strong>da</strong> como i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s trevas. Há aqui diversas adições ao pensamento estético<br />
que estarão sempre no campo <strong>da</strong> reflexão filosófica, mas que não é <strong>de</strong> interesse<br />
explicitá-los aqui. O que <strong>de</strong>sejo é <strong>de</strong>monstrar um ponto <strong>de</strong> diversificação ou <strong>de</strong><br />
mu<strong>da</strong>nça e essa alteração <strong>de</strong> rumo é bastante níti<strong>da</strong> na contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> pelos<br />
pensadores alemães, em especial Kant.<br />
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