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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />

aquela que comunga <strong>de</strong> uma Beleza Absoluta, que é pura, imutável e eterna e que vive<br />

no mundo <strong>da</strong>s idéias, como diz através <strong>da</strong>s palavras <strong>de</strong> Sócrates:<br />

Quando, <strong>da</strong>s belezas inferiores nos elevamos através <strong>de</strong> uma bem<br />

entendi<strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia amorosa, até a beleza suprema e perfeita,<br />

que começamos então a vislumbrar, chegamos quase ao fim, pois<br />

na estra<strong>da</strong> reta do amor, quer a sigamos sozinhos quer nela<br />

sejamos guiados por outrem, cumpre sempre subir usando <strong>de</strong>sses<br />

belos objetos visíveis como <strong>de</strong> <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> uma esca<strong>da</strong>: <strong>de</strong> um<br />

para dois, <strong>de</strong> dois para todos os belos corpos, dos belos corpos<br />

para as belas ocupações, <strong>de</strong>stas aos belos conhecimentos – até<br />

que, <strong>de</strong> ciência em ciência, se eleve por fim o espírito à ciência <strong>da</strong>s<br />

ciências que na<strong>da</strong> é do que o conhecimento <strong>da</strong> Beleza Absoluta.<br />

Assim, finalmente, se atinge o conhecimento <strong>da</strong> Beleza em si!<br />

(PLATÃO, 2001, p. 156) 6<br />

Depreen<strong>de</strong>-se então que para Platão a beleza material, ou beleza inferior, está<br />

liga<strong>da</strong> a uma beleza intangível (o Belo).<br />

Já para Aristóteles, abandonando todo este i<strong>de</strong>alismo platônico, coloca na<br />

matéria a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pela beleza. Assim como Platão, Aristóteles também não<br />

<strong>de</strong>finiu uma estética diretamente, mas aqui a proporção, a harmonia e a or<strong>de</strong>nação<br />

existente entre as partes <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado objeto, mais a sua relação com o todo, é<br />

que <strong>da</strong>rá a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> beleza e não mais numa relação entre o objeto e uma Beleza<br />

Suprema.<br />

As principais espécies do Belo são a or<strong>de</strong>m, a simetria e a<br />

<strong>de</strong>limitação, que se ensinam, sobretudo nas ciências matemáticas.<br />

E, já que estas coisas (refiro-me, por exemplo, à or<strong>de</strong>m e à<br />

<strong>de</strong>limitação) são causa <strong>de</strong> outras muitas, é evi<strong>de</strong>nte que as<br />

Matemáticas chamarão também, <strong>de</strong> certo modo, causa a esta<br />

causa que consi<strong>de</strong>ramos como a Beleza (ARISTÓTELES, 2007, p.<br />

173, tradução nossa).<br />

Talvez a contribuição aristotélica ao tema tenha sido colocar diferenças entre o<br />

belo, o bom e o útil, principalmente a beleza como quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> do objeto,<br />

sem, no entanto, abandonar os aspectos <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> vista do sujeito, ao consi<strong>de</strong>rar o<br />

que acontece no espírito do contemplador.<br />

6 Este trecho do banquete (211c) adquire algumas variações em suas traduções. A tradução do mesmo<br />

texto, segundo J. Cavalcante <strong>de</strong> Souza reza o seguinte: “… começar do que aqui é belo e, em vista<br />

<strong>da</strong>quele belo, subir sempre, como que servindo-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>graus, <strong>de</strong> um só para dois e <strong>de</strong> dois para todos<br />

os belos corpos, e dos belos corpos para todos os belos ofícios, e dos ofícios para as ciências até que <strong>da</strong>s<br />

ciências acabe naquela ciência, que <strong>de</strong> na<strong>da</strong> mais é senão <strong>da</strong>quele próprio belo, e conheça enfim o que<br />

em si é belo” (PLATÃO, 1997. p. 174).<br />

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