Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
as formas <strong>de</strong> arte. Devo observar que não há aqui a pretensão <strong>de</strong> se fazer um tratado<br />
sobre estética, algo que foge ao objetivo <strong>de</strong>sta <strong>tese</strong>, mas explicitar alguns aspectos<br />
teóricos e históricos que contribuem para a escolha <strong>da</strong> estética filosófica pareysoniana<br />
como categoria.<br />
3.2 O ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong><br />
Aflora do pensamento <strong>de</strong> Luigi Pareyson o questionamento a respeito <strong>da</strong><br />
estética, se esta constitui uma reflexão filosófica ou uma reflexão empírica<br />
(PAREYSON, 2001, p. 2). A resposta advin<strong>da</strong> <strong>de</strong>ste questionamento irá <strong>de</strong>finir o ponto<br />
exato <strong>da</strong> bifurcação e <strong>da</strong> “possível” fragmentação do pensamento estético oci<strong>de</strong>ntal,<br />
entre uma estética dita sensorial ou do objeto, conforme <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> primeiramente por<br />
Baumgarten 5 em 1750, e uma estética do sujeito ou cognitiva, protagoniza<strong>da</strong> por<br />
diversos pensadores ao longo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> arte e <strong>da</strong> filosofia. E posso ir ain<strong>da</strong> mais<br />
adiante: entre uma estética filosófica ou outro tipo <strong>de</strong> estética basea<strong>da</strong> nas mais<br />
varia<strong>da</strong>s teorias e bem menos em uma reflexão sobre a obra <strong>de</strong> arte.<br />
De acordo com a escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses dois caminhos po<strong>de</strong>-se chegar a<br />
conclusões distintas, portanto, a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> qual direção escolher <strong>de</strong>ve ser feita,<br />
argumenta<strong>da</strong> e posta à prova.<br />
3.2.1 Platão, Aristóteles e Plotino e a estética filosófica<br />
O preâmbulo para a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> natureza e do objeto <strong>da</strong> estética tem início no<br />
berço <strong>da</strong> filosofia grega. De um lado Platão, que embora não tenha escrito<br />
<strong>de</strong>libera<strong>da</strong>mente sobre uma estética, apresenta seu conceito <strong>de</strong> beleza material como<br />
5 A influência <strong>de</strong> Baumgarten lhe <strong>de</strong>u o título <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> estética mo<strong>de</strong>rna como disciplina<br />
filosófica. Para Baumgarten a estética era compreendi<strong>da</strong> como parte <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s duas divisões <strong>de</strong> sua<br />
doutrina do saber, ou gnosiologia, “a gnosiologia inferior ou estética – que se ocupa do saber sensível –<br />
e a gnosiologia superior ou lógica – que se ocupa do saber intelectual” (MORA, 1969a, p. 187, tradução<br />
nossa).<br />
3-78