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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
Já o senso comum é caracterizado, segundo Chauí (2000, p. 315-316), <strong>da</strong><br />
seguinte maneira: (i) é subjetivo, seja esta subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> individual ou <strong>de</strong> grupo; (ii) é<br />
qualitativo, muitas vezes beirando a dicotomia; (iii) é heterogêneo, referindo a fatos<br />
que julga in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e no entanto não o são; (iv) é autônomo (individualizador)<br />
por ser qualitativo e heterogêneo; (v) é generalizador, ao tentar reunir em uma única<br />
opinião um conjunto <strong>de</strong> fatos julgados semelhantes; (vi) tem a tendência <strong>de</strong><br />
estabelecer relações <strong>de</strong> causa e efeito; (vii) não se surpreen<strong>de</strong> com a regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>svia a atenção para o extraordinário e miraculoso; (viii) imagina a ciência no mesmo<br />
patamar <strong>da</strong> magia; (ix) projeta sentimentos e angústias diante do <strong>de</strong>sconhecido e (x)<br />
costuma cristalizar-se em preconceitos.<br />
O contrário <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as características acima são os atributos que Chauí <strong>da</strong> à<br />
ciência: (i) é objetiva, pois procura as estruturas universais <strong>da</strong>s coisas; (ii) é<br />
quantitativa, já que trata <strong>de</strong> encontrar padrões e critérios; (iii) é homogênea e está em<br />
busca <strong>de</strong> leis gerais <strong>de</strong> funcionamento dos fenômenos; (iv) é generalizadora por reunir<br />
individuali<strong>da</strong><strong>de</strong>s sob estruturas semelhantes; (v) é diferenciadora por não reunir nem<br />
generalizar por semelhanças aparentes e sim estruturais; (vi) só estabelece relações <strong>de</strong><br />
causa e efeito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma investigação <strong>da</strong> natureza e <strong>da</strong> estrutura do fato; (vii)<br />
surpreen<strong>de</strong>-se com a regulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, procurando <strong>de</strong>monstrar que o miraculoso é apenas<br />
um caso particular do normal; (viii) não se confun<strong>de</strong> com a magia e nem acredita em<br />
agentes ou forças secretas; (ix) afirma a libertação do homem pelo conhecimento e (x)<br />
procura renovar-se continuamente (CHAUÍ, 2000, p. 317-318).<br />
Muito embora haja oposição entre ciência e senso-comum, há algo que une<br />
estes opostos. Segundo Alves, ambos<br />
[...] são expressões <strong>da</strong> mesma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> básica, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o mundo, a fim <strong>de</strong> viver melhor e sobreviver.<br />
Para aqueles que teriam a tendência <strong>de</strong> achar que o senso comum<br />
é inferior à ciência, eu só gostaria <strong>de</strong> lembrar que, por <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> anos, os homens sobreviveram sem coisa alguma que<br />
se assemelhasse à nossa ciência (1982, p. 21).<br />
E aqui a filosofia une-se à ciência e ao senso comum nesta busca por viver<br />
melhor, como também a arte aos outros se junta como processo relacional, pessoal e<br />
<strong>de</strong> conhecimento.<br />
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