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Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />
A afirmativa acima, conjuntamente com os conceitos <strong>de</strong> pensamento<br />
expressivo e pensamento revelativo, po<strong>de</strong> então atestar que a interpretação é,<br />
simultâneamente, veritativa, histórica, ontológica, pessoal, revelativa e expressiva. Por<br />
este raciocínio – que <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> o que se tem são as interpretações e que só existem<br />
interpretações <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> –, chega-se à conclusão que a única condição para o<br />
conhecimento <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> se dá através do conhecimento histórico e pessoal, que não<br />
<strong>de</strong>ve ser visto apenas como empecilho e sim como condicionante. Um a<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>ve<br />
ser feito aqui, pois quando <strong>da</strong> interpretação, o tempo e o sujeito começam a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
ser o meio que conduz à ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e passam a protagonistas, o pensamento torna-se<br />
“meramente histórico – i<strong>de</strong>ológico ou técnico que seja –, <strong>de</strong>stinado <strong>de</strong> qualquer forma<br />
a passar com o tempo, <strong>de</strong>le sendo apenas, em tal caso, seu retrato e seu produto”<br />
(PAREYSON, 2005, p. 52).<br />
Chega-se então ao princípio <strong>da</strong> hermenêutica anunciado por Luigi Pareyson,<br />
O princípio fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> hermenêutica é, justamente, que o<br />
único conhecimento a<strong>de</strong>quado <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é a interpretação, o<br />
que quer dizer que a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é acessível e atingível <strong>de</strong> muitos<br />
modos, e que nenhum <strong>de</strong>sses modos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que digno do nome<br />
interpretação, é privilegiado em relação aos outros no sentido <strong>de</strong><br />
que preten<strong>da</strong> possuir a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira exclusiva ou mais<br />
<strong>completa</strong> ou, <strong>de</strong> algum modo, melhor (2005, p. 57).<br />
E a uma condição para que o conhecimento <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> tenha êxito:<br />
Aquele tanto <strong>de</strong> "<strong>de</strong>spersonalização", que parece<br />
necessariamente inerir à "fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>" <strong>da</strong> interpretação, consiste<br />
apenas no impedir que historici<strong>da</strong><strong>de</strong> e pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> tomem as<br />
ré<strong>de</strong>as, tornando-se fins para si mesmas, mais do que trâmites<br />
para a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e ocultando o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro mais do que abrindo o<br />
acesso a ele (PAREYSON, 2005, p. 58).<br />
Há aqui o cui<strong>da</strong>do com a não separação entre o conhecimento <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, o<br />
sujeito e a sua história, ao mesmo tempo em que historici<strong>da</strong><strong>de</strong> e pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> são<br />
coloca<strong>da</strong>s em seus <strong>de</strong>vidos lugares: como características próprias <strong>da</strong> interpretação e<br />
não <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> em si.<br />
Mais uma vez a diferenciação entre ver<strong>da</strong><strong>de</strong> histórica e i<strong>de</strong>ologia aparece no<br />
pensamento pareysoniano, o diferencial explícito é o peso que se dá às interpretações.<br />
Se <strong>de</strong>las se infere que são a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, o caminho está aberto ao tecnicismo e à<br />
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