Download da tese completa - Centro de Educação - Universidade ...
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Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />
A questão posta então entre o histórico/expressivo e o ontológico/revelativo<br />
po<strong>de</strong> ser vista <strong>da</strong> seguinte maneira:<br />
O problema não é, portanto, distinguir na história aquilo que seria<br />
permanente, enquanto valor suprahistórico, <strong>da</strong>quilo que, como<br />
fato histórico, seria apenas temporal: na história, tudo é<br />
igualmente histórico e temporal. Pelo contrário, o problema é<br />
reconhecer, na história, a presença do ser e, conseqüentemente,<br />
distinguir [...] entre aquilo que é somente histórico e expressivo e<br />
aquilo que é também ontológico e revelativo, entre aquilo cuja<br />
natureza e cujo valor se exaurem na historici<strong>da</strong><strong>de</strong> e aquilo cuja<br />
historici<strong>da</strong><strong>de</strong> é abertura e trâmite para o ser e, por isso mesmo,<br />
sua se<strong>de</strong> e aparição (PAREYSON, 2005, p. 40).<br />
Do pensamento expressivo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que realmente livre <strong>da</strong> imposição <strong>de</strong> ser<br />
ver<strong>da</strong><strong>de</strong> única, resta a sua conseqüência no pensamento revelativo e ontológico. Desta<br />
forma, a abor<strong>da</strong>gem hermenêutica busca, através <strong>da</strong> pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> e historici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
intrínseca do pesquisador, transcen<strong>de</strong>r ao ontológico.<br />
2.3.2 A interpretação como método entre a construção <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e o sujeito<br />
Outra questão própria a respeito <strong>da</strong> interpretação é o quanto o sujeito está<br />
vinculado com o objeto estu<strong>da</strong>do e é posta <strong>da</strong> seguinte maneira por Stein,<br />
A situação hermenêutica não é na<strong>da</strong> mais do que a consciência <strong>de</strong><br />
que o investigador na área <strong>de</strong> humanas sempre está vinculado ao<br />
seu objeto e que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas análises <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do autocontrole, do método que utiliza, dos<br />
procedimentos <strong>de</strong> avanço no reconhecimento e do<br />
comportamento do objeto sob investigação (1996, p. 100).<br />
A <strong>tese</strong> aqui em tela é exemplo direto <strong>de</strong> tal afirmação e <strong>de</strong>la não posso, <strong>de</strong><br />
forma consciente, fugir e as razões já foram explicita<strong>da</strong>s no capítulo anterior. Mas isto<br />
é muito mais uma característica do campo pesquisado do que um problema científico<br />
a ser resolvido, posto que não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar <strong>da</strong> ferramenta primordial que é a<br />
interpretação.<br />
Nesse sentido, para Pareyson, to<strong>da</strong> relação humana tem caráter<br />
interpretativo, quer se trate do conhecer, do agir, do saber, do contemplar etc., sendo,<br />
<strong>de</strong>sta forma, necessariamente hermenêutica.<br />
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