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evelativo?<br />

Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />

Pareyson respon<strong>de</strong> dizendo o seguinte, “o pensamento revelativo sempre é,<br />

ao mesmo tempo, expressivo, porque a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> só se oferece no interior <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

perspectiva singular: a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> só é acessível mediante uma insubstituível relação<br />

pessoal, e formulável somente através <strong>da</strong> via <strong>de</strong> acesso pessoal para ela” (PAREYSON,<br />

2005, p. 10). O conceito do que é o pensamento revelativo po<strong>de</strong> ser assim colocado:<br />

No pensamento revelativo acontece então que, por um lado,<br />

todos dizem a mesma coisa e, por outro, ca<strong>da</strong> um diz uma única<br />

coisa: todos dizem a mesma coisa, isto é, a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, que só po<strong>de</strong><br />

ser única e idêntica, e ca<strong>da</strong> um diz uma única coisa, ou seja, diz a<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong> do seu modo próprio, do modo que solum é seu [...] Isso<br />

significa que, no pensamento revelativo, a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong> mais<br />

como fonte e origem do que como objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta<br />

(PAREYSON, 2005, p. 11).<br />

Neste ponto Pareyson reduz a aparente dicotomia entre os dois pensamentos,<br />

<strong>de</strong>ixando claro que ambos os pensamentos possuem pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> e historici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>, já que é assim que se tem a passagem entre um e outro.<br />

Separado <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, o pensamento conserva apenas a aparência<br />

do seu caráter revelativo, isto é, uma vazia racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, cujos<br />

conceitos <strong>de</strong>vem reenviar, pelo próprio significado, ao outro<br />

aspecto do pensamento, a saber, ao seu caráter expressivo. Mas o<br />

divórcio entre a revelação <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e a expressão <strong>da</strong> pessoa,<br />

turvando a íntima constituição <strong>da</strong> palavra, produz uma <strong>de</strong>fasagem<br />

entre o discurso explícito e a expressão profun<strong>da</strong>: a palavra diz<br />

uma coisa mas significa outra (PAREYSON, 2005, p. 13).<br />

Assim é posta a distinção entre os dois tipos <strong>de</strong> pensamento e, ao mesmo<br />

tempo, o que os une: o sujeito. Então, no pensamento expressivo o não dito encontra-<br />

se fora <strong>da</strong> palavra, enquanto que no pensamento revelativo a palavra também<br />

compreen<strong>de</strong> o não dito. Para Pareyson, “enquanto no primeiro caso, compreen<strong>de</strong>r<br />

significa anular o não dito e levá-lo à <strong>completa</strong> explicitação, sanando a discrepância<br />

entre o dizer e fazer, no segundo caso, ao invés, compreen<strong>de</strong>r significa <strong>da</strong>r-se conta <strong>de</strong><br />

que só se possui a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> na forma <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>ver procurá-la” (2005, p. 18).<br />

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