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2.3 Hermenêutica pareysoniana, a linha que costura o pano<br />
Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />
A hermenêutica pareysoniana foi elabora<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 1960, com sua<br />
culminância na obra Ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e Interpretação, com realce na arte, mas que, como<br />
teoria, se “po<strong>de</strong>ria aplicar <strong>de</strong> igual modo a outras disciplinas: história, filosofia, direito,<br />
psicologia etc.” (SARTO, 2002, p. 775-776). Outra observação possível que po<strong>de</strong> ser<br />
retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> hermenêutica pareysoniana está na presença marcante <strong>da</strong> estética, esta<br />
<strong>da</strong>ndo o ensejo para a construção <strong>da</strong>quela.<br />
Pareyson teve a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> elaborar uma perspectiva historiográfica que<br />
lhe permitisse compreen<strong>de</strong>r o existencialismo como situado no crepúsculo do<br />
hegelianismo, sendo que é a partir <strong>de</strong>sta reflexão que ele mo<strong>de</strong>la a sua filosofia como<br />
interpretação “em que a eliminação <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> hegeliana não implica renúncia à<br />
ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> filosofias não quer dizer unilaterali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a personali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> interpretação não significa subjetivismo” (ARAÚJO, 2004).<br />
Ain<strong>da</strong> segundo Araújo,<br />
O finito é para Pareyson perspectiva sobre a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. O<br />
aprofun<strong>da</strong>mento <strong>de</strong>sta concepção ressalta a dimensão<br />
interpretativa <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>: to<strong>da</strong> afirmação <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> por parte<br />
do existente finito é uma interpretação particular, situa<strong>da</strong> no<br />
horizonte <strong>da</strong> única ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que a todos se revela. Desta maneira,<br />
a renúncia a uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong> total, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> dissolução do sistema,<br />
não significa renúncia à ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> um diálogo<br />
entre as suas múltiplas interpretações, no horizonte <strong>da</strong> única<br />
ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que suscita infinitas formulações e a to<strong>da</strong>s estimula, sem<br />
contudo se i<strong>de</strong>ntificar com nenhuma em particular; assim como<br />
não quer dizer renúncia à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> filosofia, mas plena ciência<br />
do vínculo que envolve to<strong>da</strong>s as filosofias em um diálogo<br />
incessante, enquanto solicita<strong>da</strong>s pela inexauribili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
à qual são inevitavelmente intenciona<strong>da</strong>s (ARAÚJO, 2004).<br />
Dessa forma, Pareyson se vê diante <strong>da</strong> única possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contato com a<br />
ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é através <strong>da</strong> interpretação, constituindo assim sua hermenêutica. Essa<br />
hermenêutica não se reduz unicamente à interpretação <strong>de</strong> textos, mas com tudo o que<br />
diz respeito à existência do ser humano, e está em total consonância com suas teorias<br />
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