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Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />
Embora não seja <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong>ste trabalho entrar no mérito <strong>da</strong> produção<br />
artística contemporânea, vale ressaltar que o resultado <strong>da</strong> produção atual po<strong>de</strong> ser<br />
visto através <strong>da</strong> quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> associação entre arte e mercado, ou entre arte e<br />
mídia, em que o financeiro dita o <strong>de</strong>staque em <strong>de</strong>terminado setor artístico e <strong>de</strong> mídia<br />
e, inclusive, o que <strong>de</strong>ve ou não ser produzido. Vê-se aqui que o princípio <strong>de</strong><br />
criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> artística sofre o revés <strong>de</strong> uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> imposta pelo mercado, em que<br />
o realce está muito mais voltado a uma funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> do objeto artístico, relegando<br />
aquela outra que é a <strong>da</strong> expressão <strong>da</strong> arte pela arte.<br />
O exemplo prático po<strong>de</strong>r ser percebido na fotografia, no cinema, no ví<strong>de</strong>o e<br />
nas re<strong>de</strong>s digitais, no qual o princípio básico é o <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, do lucro e<br />
racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Como expõe Machado, ao falar sobre as ferramentas computacionais <strong>de</strong><br />
mercado, em que<br />
a parte ‘computável’ dos elementos constitutivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado<br />
sistema simbólico [her<strong>da</strong>dos, segundo o autor, <strong>de</strong> uma história <strong>da</strong><br />
arte já consagra<strong>da</strong>], bem como as suas regras <strong>de</strong> articulação e os<br />
seus modos <strong>de</strong> enunciação são inventariados, sistematizados e<br />
simplificados para serem colocados à disposição <strong>de</strong> um usuário<br />
genérico, preferencialmente leigo e <strong>de</strong>scartável, <strong>de</strong> modo a<br />
permitir a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em larga escala e aten<strong>de</strong>r a uma<br />
<strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> tipo industrial (MACHADO, 2005, p. 76).<br />
Há aqui uma analogia com relação à produção em massa <strong>de</strong> objetos artísticos<br />
e a linha <strong>de</strong> montagem industrial, ambas perseguem não apenas a idéia <strong>de</strong><br />
reprodução, mas também <strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarte em curto e relativo espaço <strong>de</strong><br />
tempo, já que disso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> a existência <strong>da</strong>s duas.<br />
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