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Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />
Assim posto, a tarefa <strong>de</strong>ste capítulo é a apresentação <strong>da</strong> hermenêutica<br />
pareysoniana, já que trato <strong>da</strong> interpretação <strong>de</strong> documentos, tendo a estética filosófica<br />
proposta por Pareyson como categoria principal. Faço então uma exposição sobre<br />
filosofia e ciência e como hermenêutica e estética po<strong>de</strong>m se relacionar. Em segui<strong>da</strong><br />
apresento os principais pontos contidos na hermenêutica pareysoniana, a <strong>de</strong>scrição<br />
analítica <strong>de</strong> como a metodologia foi aplica<strong>da</strong> e a apresentação <strong>da</strong> categoria <strong>de</strong><br />
trabalho – a estética filosófica – que será tema do capítulo três, juntamente com os<br />
argumentos <strong>da</strong> fragmentação <strong>da</strong> arte.<br />
2.1 Filosofia e ciência, máquinas que costuram a história<br />
To<strong>da</strong> a crítica posta aqui com respeito ao racionalismo e ao cartesianismo não<br />
po<strong>de</strong> ser gratuita, mas sim na perspectiva do entendimento que não consegue resolver<br />
todos os problemas que estão <strong>de</strong>ntro do escopo <strong>da</strong>s ciências <strong>da</strong> natureza – que dirá<br />
dos problemas próprios <strong>da</strong>s ciências humanas. É essa ina<strong>da</strong>ptação aos métodos e<br />
metodologias oriundos <strong>da</strong>s ciências exatas, que exige <strong>da</strong>s ciências humanas um<br />
exercício anterior <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> algo que lhe amealhe o status <strong>de</strong> ciência. Para a<br />
aparente solvência <strong>de</strong>sta “incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>” <strong>de</strong> utilização do método científico <strong>da</strong>s<br />
ciências exatas, resta o encontro <strong>de</strong> alternativas. O resultado <strong>de</strong> tais alternativas<br />
coloca em cena o que vários autores passaram a chamar <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> paradigmas, a<br />
partir não só <strong>de</strong> questionamentos filosóficos, mas também <strong>de</strong> subsídios <strong>da</strong> própria<br />
ciência tradicional.<br />
Para citar algumas <strong>da</strong>s contribuições advin<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s ciências <strong>da</strong> natureza, há a<br />
contribuição <strong>da</strong> Biologia, através <strong>da</strong> teoria evolucionista. Embora seja mais antiga, é<br />
com Charles Darwin e sua publicação A origem <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> 1859 que essa teoria se<br />
consoli<strong>da</strong>, aqui a “mu<strong>da</strong>nça resultante foi <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> mundo Essencialista <strong>de</strong><br />
Platão e Aristóteles (um mundo estático e criado por Deus) para uma visão <strong>de</strong> mundo<br />
Transformista e Materialista (<strong>de</strong>terminado pelas leis biológicas <strong>da</strong> evolução orgânica a<br />
partir <strong>da</strong> matéria inanima<strong>da</strong>)” (CHRISTOFFERSEN, 2000, p. 43).<br />
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