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Arte e mídia e a possibilidade de uma educação multidimensional 4-132
Como frisei anteriormente, estética, tecnologia, arte, criação, comunicação e
direção transformam-se em dimensões autônomas, distintas umas das outras, mas
jamais isoladas ou estáticas,
A nova escrita hipertextual ou multimídia certamente estará mais
próxima da montagem de um espetáculo do que da redação
clássica, na qual o autor apenas se preocupava com a coerência de
um texto linear e estático. Ela irá exigir equipes de autores, um
verdadeiro trabalho coletivo (LÉVY, 1993,p. 108, grifo do autor).
Transpondo o pensamento de Lévy sobre o inventar do hipertexto e da
multimídia citado acima para o mundo da arte e mídia, é dizer que o novo diretor de
arte e mídia encontra-se mais próximo de uma abordagem multidimensional e
multisensorial do que simplesmente maniatado à visão. Ao invés de interagir apenas
em uma única dimensão, por vezes estática, passa a ter uma preocupação dinâmica e
de ação mútua entre os elementos presentes em seu trabalho.
Outrossim, a direção de arte e mídia deve prevalecer por sobre os sentidos,
como num ato de contemplação e fruição quando da leitura da obra de arte. Esta
prevalência há de persistir no trato da reflexão, do conhecimento e da realização da
obra, com o aval da estética filosófica – na busca de minimizar pessoalidade e
historicidade – tendo ou não a tecnologia como suporte.
4.3 Educação: possibilidades a partir de uma fragmentação da arte
O perfil do diretor de arte e mídia tem a capacidade de recompor o que antes
era visto de maneira fragmentada, manifestando um profissional necessariamente
imbuído de conhecimentos dinâmicos em arte, estética e tecnologia, mas que também
pode se tornar um artista na acepção da palavra. Pois mesmo que conhecedor de
regras, procedimentos ou sujeito ao rigor dos recursos, do tempo e da disciplina, o
diretor de arte e mídia pode se sentir livre pela mesma razão, numa aparente
antinomia que