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Arte e mídia e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma educação multidimensional 4-131<br />
disponíveis em um mesmo suporte 13 . E o que salta aos olhos é a dimensão <strong>da</strong> arte, não<br />
fragmenta<strong>da</strong>, recomposta, interativa e com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> liame entre sentidos<br />
diferentes. Por exemplo, o computador permite ver o som, manipulá-lo graficamente<br />
utilizando parâmetros visuais e geométricos; uma coleção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos ou fotografias,<br />
inicialmente estática, ser posta em movimento; um texto literário ganhar ênfase pela<br />
adição <strong>de</strong> uma trilha sonora; uma música ser preenchi<strong>da</strong> por um caleidoscópio <strong>de</strong><br />
cores e formas; uma superfície bidimensional gerar um objeto tridimensional, <strong>da</strong>ndo<br />
volume, luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e sombra; a existência <strong>de</strong> um ambiente virtual infinito passível<br />
<strong>de</strong> criação e mo<strong>de</strong>lagem através <strong>de</strong> tentativas, erros e acertos; a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
interativi<strong>da</strong><strong>de</strong> real e possível ao leigo etc.<br />
Nesta linha <strong>de</strong> raciocínio, por exemplo, um <strong>de</strong>terminado diretor <strong>de</strong> arte e<br />
mídia po<strong>de</strong> ter por aptidão, facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s em <strong>de</strong>finir através do <strong>de</strong>senho e pintura, um<br />
cenário, locação ou mesmo um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sítio eletrônico. Este mesmo diretor po<strong>de</strong>,<br />
conjuntamente, com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do uso do computador esboçar uma idéia musical<br />
através <strong>de</strong> colagens ou <strong>de</strong> programas que auxiliam na composição musical,<br />
<strong>de</strong>senvolver esquemas <strong>de</strong> cores e testá-los infinitamente etc. Ou seja, naquilo que se<br />
aproxima <strong>da</strong> disposição inata do diretor, ele se utiliza <strong>da</strong>s ferramentas próprias à<br />
expressão artística; no que <strong>de</strong>la se afasta, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> domínio técnico, faz<br />
uso <strong>de</strong> ferramentas computacionais, seja esta uma máquina <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> ou no uso <strong>de</strong> um<br />
programa específico. Tal possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é acentua<strong>da</strong> pela utilização <strong>de</strong> interfaces ca<strong>da</strong><br />
vez mais amigáveis, padroniza<strong>da</strong>s e que estão presentes nas novas propostas dos<br />
sistemas operacionais que mesmo tratando <strong>de</strong> expressões gráficas e sonoras, permite<br />
permutas, inclusive <strong>de</strong> conceitos aparentemente díspares, o que vem ao encontro <strong>da</strong><br />
teoria <strong>da</strong> formativi<strong>da</strong><strong>de</strong> – na qual execução e invenção prosseguem simultâneas e<br />
inseparáveis –; e do que Lévy chama <strong>de</strong> equipamentos coletivos <strong>da</strong> inteligência,<br />
<strong>de</strong>slocando “a ênfase do objeto (o computador, o programa, este ou aquele módulo<br />
técnico) para o projeto (o ambiente cognitivo, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações humanas que se quer<br />
instituir” (1993, p. 54). Ambas as idéias <strong>de</strong>ntro do escopo do que se <strong>de</strong>ve e se po<strong>de</strong><br />
exigir <strong>de</strong> um diretor <strong>de</strong> arte e mídia.<br />
13 Para Lévy (2000, p. 68), à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes formatos em uma re<strong>de</strong> digital integra<strong>da</strong>, se <strong>da</strong>ria<br />
o nome <strong>de</strong> unimídia.