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Arte e mídia e a possibilidade de uma educação multidimensional 4-127
como “superfície de contato, de tradução, de articulação entre dois espaços, duas
espécies, duas ordens de realidade diferentes: de um código para outro, do analógico
para o digital, do mecânico para o humano” (1993, p. 181). Aqui cada interface pode
corresponder a um elemento dimensional, suas interações gerando outras interfaces,
como que “sendo feito de recipientes encaixados, aglomerados, prensados, torcidos
(LÉVY, 1993, p. 182) que é o que de verdade transparece e sobrevive nas produções
multimídias, sejam ou não interativas, tenham ou não funcionalidades subjacentes.
Então, agora vem a derradeira questão que trago à discussão: qual o papel da
tecnologia como amálgama para uma educação multidimensional em arte? Para
responder a esta indagação, parto do conceito de multimídia para compreender a
essencialidade que a tecnologia traz na educação do diretor de arte e mídia.
4.2 Tecnologia como abertura à multidimensionalidade na arte e mídia
Os grande impressores do século XVI eram ao
mesmo tempo letrados, humanistas, técnicos,
e exploradores de um novo modo de
organização do saber e das trocas intelectuais.
Devemos imaginar que, em relação às novas
tecnologias da inteligência, estamos diante de
uma época comparável à Renascença.
Pierre Lévy
O conceito de multimídia, tanto quanto o de interface, possui como
característica comum a informática e por essa razão geralmente é imputado como
pertinente ao universo do computador. Segundo Clark e Craig (1992), a primeira
aparição do termo multimídia (ou multimédia) surge em 1959 no livro Instructional
Media and Methods de Brown, Lewis e Harcleroad, significando a utilização de mais de
um (multi) meio (média ou mídia) em uma apresentação ou curso e que, a partir desta
data, passou a fazer parte de expressões tais como: software multimídia, espetáculo