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Arte e mídia e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma educação multidimensional 4-119<br />

dimensões? É evi<strong>de</strong>nte que o fluxograma <strong>de</strong> qualquer curso <strong>de</strong> graduação irá<br />

contemplar mais <strong>de</strong> uma dimensão, isso não é privilégio do curso <strong>de</strong> Arte e Mídia,<br />

principalmente pela exigência <strong>de</strong> se ter nos cursos <strong>de</strong> graduação, disciplinas<br />

obrigatórias <strong>de</strong> outras áreas do conhecimento. Mas será que isto implica numa<br />

abor<strong>da</strong>gem multidimensional? O que diferencia a multidimensionali<strong>da</strong><strong>de</strong> proposta<br />

pela Arte e Mídia <strong>da</strong>s outras possíveis?<br />

A resposta à pergunta acima po<strong>de</strong> ser respondi<strong>da</strong> pela dimensão <strong>da</strong> arte, que<br />

na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve ser vista como única, mas sim composta por múltiplas<br />

dimensões que, como foi <strong>de</strong>monstrado, foram engendra<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong>s tentativas <strong>de</strong><br />

classificação, hierarquização e, conseqüentemente, <strong>de</strong> divisão <strong>da</strong> arte 4 . Pelas<br />

tentativas <strong>de</strong> classificar as manifestações artísticas <strong>de</strong> acordo com o quanto <strong>de</strong> visão<br />

ou <strong>de</strong> audição com as quais se dá a percepção e a interação, ou mesmo em categorias<br />

<strong>de</strong> sín<strong>tese</strong> – como o teatro, cinema, ópera etc. –; como também pelas tentativas <strong>de</strong><br />

hierarquização, que se produziu uma multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expressões artísticas, expostas<br />

na diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cursos voltados especificamente a ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las 5 .<br />

Basta visualizar como os cursos <strong>de</strong> arte são montados para se perceber a<br />

tentativa <strong>de</strong> isolamento <strong>de</strong> uma manifestação em relação às outras. Por exemplo, os<br />

cursos <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça, embora em co-<strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> música, <strong>de</strong>sta se isolam ao enfatizar a<br />

técnica e a história <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça. Ou o teatro, em que a literatura tem pouco ou quase<br />

nenhum espaço diante <strong>da</strong> expressão corporal e vocal. As múltiplas dimensões<br />

presentes em qualquer manifestação artística atestam para uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> arte, que<br />

mesmo não sendo visível a partir <strong>da</strong> matéria-prima ou <strong>da</strong>s técnicas emprega<strong>da</strong>s, torna-<br />

4 A classificação mais simples, her<strong>da</strong><strong>da</strong> dos gregos e ratifica<strong>da</strong> por Tomás <strong>de</strong> Aquino é a que coloca os<br />

dois sentidos estéticos por excelência: a audição e a visão. Outras formas <strong>de</strong> classificação, mais<br />

complexas, surgiram ao longo do tempo na tentativa <strong>de</strong> minimizar as ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e falsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s advin<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

formas <strong>de</strong> classificação tão simples, conforme explica Souriau “É inútil contestar que a pintura <strong>de</strong>stinase<br />

aos olhos, a música à audição. Mas tais sentidos são os únicos envolvidos no quadro <strong>da</strong>s artes? Não<br />

haverá lugar algum, por exemplo, para o sentido muscular ou cinético, <strong>de</strong> tanta força na <strong>da</strong>nça, na<br />

escultura e na própria arquitetura [...] e por que não mesmo na poesia <strong>da</strong> voz articula<strong>da</strong> <strong>de</strong>le se serve?<br />

Por outro lado como a literatura é feita comumente mais para ser li<strong>da</strong> do que ouvi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ve-se fazer <strong>de</strong>la<br />

uma arte plástica uma vez que se <strong>de</strong>stina assim aos olhos?” (1983, p. 87).<br />

5 Como estou fazendo neste instante uma análise hermenêutica <strong>da</strong> estrutura curricular, no intuito <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstrar a existência <strong>de</strong> uma multidimensionali<strong>da</strong><strong>de</strong> na educação do diretor <strong>de</strong> arte e mídia, <strong>de</strong>vo<br />

manter esta mesma abor<strong>da</strong>gem quando do estudo <strong>de</strong> outras estruturas. Então vou me ater apenas aos<br />

aspectos que diferenciam o curso <strong>de</strong> Arte e Mídia <strong>de</strong> outros cursos <strong>de</strong> arte, naquilo que diz respeito à<br />

existência ou não <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma dimensão na arte.

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