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Estética filosófica como categoria e a fragmentação da arte
É, então, baseado num justo título que meu juízo aspira à
universalidade, pois a universalidade indica a objetividade e essa
objetividade está assegurada pelo fato de ser o próprio objeto
que se julga em mim desde que se impõe a mim com toda a força
de sua presença radiosa (DUFRENNE, 2004, p. 47).
Diante da primeira indagação que propus – sobre a fragmentação da arte ser
ou não resultado da aplicação do modelo normalista e cartesiano e a sua visão de
mundo, que expôs certa impossibilidade de se ter um conhecimento geral sobre
determinadas coisas – entendo que, de acordo com os conceitos apresentados neste
capítulo, o ensino de arte foi cada vez mais compartimentado, tendo como referências
a técnica e a matéria-prima de cada expressão artística.
Ao mesmo tempo em que é notória a fragmentação, inclusive pedagógica, da
formação de mão-de-obra – seja ela artística ou não –, percebe-se também que há a
possibilidade de recomposição de uma arte que pode ser entendida no seu todo e que
esta compreensão é indispensável para ao diretor de arte e mídia e o universo
multimídia atual. Esta possibilidade é dada pela estética filosófica, que penso ser capaz
de recompor o que aparentemente está decomposto:
[...] através da mutabilidade do gosto e da diversidade das
interpretações, e apesar de todas as incompreensões e
divergências, pouco a pouco vai se realizando um acordo cada vez
mais unânime acerca do valor de certas obras, isto é, impõe-se a
universalidade, a objetividade, a unicidade de juízo (PAREYSON,
2001, p. 246).
Em meu entendimento, a compreensão necessária para a arte multimídia
contemporânea, assim como uma possível abordagem pedagógica para seu ensino, se
dá de maneira eficiente através de uma estética. Com a compreensão que esta não é
apenas filosófica, ou concreta, ou crítica, ou poética ou teoria específica sobre
determinada manifestação artística. A estética posta por Pareyson e adotada neste
trabalho é a junção dessas categorias:
filosofia + concreto + crítica + poética + teoria específica.
Capitaneado pela estética filosófica, abre-se a possibilidade de compreensão da
arte de maneira menos específica ou voltada apenas à técnica, ao mesmo tempo em
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