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Estética filosófica como categoria e a fragmentação <strong>da</strong> arte<br />
Sem “formativi<strong>da</strong><strong>de</strong>”, nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é bem-sucedi<strong>da</strong> no seu<br />
intento. Em to<strong>da</strong> obra humana está presente um lado inventivo e<br />
inovador como primeira condição <strong>de</strong> to<strong>da</strong> realização. Isto explica<br />
como po<strong>de</strong> haver arte em to<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana, no sentido <strong>de</strong><br />
que, em qualquer circunstância, trata-se <strong>de</strong> fazer com arte...<br />
(PAREYSON, 2001, p. 31).<br />
Assim a arte se esten<strong>de</strong> a to<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do ser humano, com gra<strong>da</strong>ções que<br />
levam até a arte como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> especifica<strong>da</strong> e distinta. Em sín<strong>tese</strong>, “como a vi<strong>da</strong><br />
penetra na arte, assim a arte age na vi<strong>da</strong>” (PAREYSON, 2001, p.41).<br />
Outra questão na qual este princípio hologramático também é visível é a <strong>da</strong><br />
crítica ao impessoalismo artístico levanta<strong>da</strong> por Pareyson. Ele faz a distinção entre o<br />
indivíduo e todo o restante que o influencia na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> pessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> artística, <strong>da</strong><br />
seguinte maneira:<br />
Certamente, a obra <strong>de</strong> arte contém o espírito do tempo, a voz <strong>de</strong><br />
um povo, a expressão <strong>de</strong> um grupo, mas tudo isto o contém<br />
refratado na singularíssima espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pessoa, porque<br />
o homem na<strong>da</strong> pensa, cumpre ou faz, a não ser pessoalmente<br />
(PAREYSON, 2001, p. 102).<br />
É clara aqui a visão do holos presente em ca<strong>da</strong> indivíduo, repleto do completo<br />
do mundo, mas ao mesmo tempo distinto <strong>de</strong>le. A mesma analogia po<strong>de</strong> ser<br />
emprega<strong>da</strong> ao objeto artístico, único em si mesmo, ao mesmo tempo em que é a soma<br />
<strong>da</strong> “voz <strong>de</strong> um povo” particulariza<strong>da</strong> na figura do artista. Exemplos mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong><br />
criação pessoal, já alimentado <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as influências do ambiente e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
com contribuições coletivas encontram-se no cinema, na televisão e nas instalações<br />
nas quais a interativi<strong>da</strong><strong>de</strong> se faz necessária etc.<br />
Pareyson nos diz, em remate, que é indispensável que “tanto o influxo <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre a arte quanto o influxo <strong>da</strong> arte sobre a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> [...] tornem-se, para<br />
o artista, estímulos formativos e possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> arte” (PAREYSON, 2001, p. 117).<br />
Lévy irá contribuir aqui com seu conceito <strong>de</strong> hipertexto e sua proposta <strong>de</strong><br />
caracterizá-lo através <strong>de</strong> princípios abstratos: o <strong>de</strong> metamorfose, heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, exteriori<strong>da</strong><strong>de</strong>, topologia e mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos centros (LÉVY, 1993, p. 25-<br />
26), po<strong>de</strong>ndo se encaixar na idéia <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>/diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> conti<strong>da</strong> na estética filosófica<br />
e no uso <strong>da</strong> tecnologia como elemento essencial para a compreensão <strong>de</strong> obras<br />
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