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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

Todos os direitos de divulgação e reprodução exclusivos do<br />

Prof. Dr. José Francisco de Assis Dias<br />

1


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

[Cf. MONDIN, Battista. Introdução à filosofia:<br />

<strong>problema</strong>s, sistemas, autores, obras. São<br />

Paulo: Paulus, 2010, pp. 92-105]<br />

Competência/habilidade:<br />

Capacitar os acadêmicos no domínio dos<br />

conceitos-chaves do Problema Religioso;<br />

habilitando-os ao estudo da Religião como<br />

fenômeno cultura tipicamente humano.<br />

2


1. PREMISSA:<br />

O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

A Religião é uma manifestação tipicamente humana.<br />

Os antropólogos nos informam que o homem<br />

desenvolveu uma atividade religiosa desde seu primeiro<br />

aparecimento no cenário da história e que todas as<br />

tribos e todas as populações, qualquer que seja o nível<br />

cultural, cultivaram alguma forma de religião.<br />

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1. PREMISSA:<br />

O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

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1. PREMISSA:<br />

O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

É razoável afirmar que o homem, além de sapiens,<br />

volens, faber, loquens, ludens etc... é também<br />

religiosus.<br />

A dimensão religiosa se impõe como uma constante do<br />

ser humano, mesmo que não seja cultivada por todos<br />

os indivíduos da espécie humana.<br />

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1. PREMISSA:<br />

O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

A religião é um fenômeno real, típico do homem, porém, é<br />

também um fenômeno muito problemático e, talvez, o<br />

mais problemático de todos.<br />

Enquanto todas as outras atividades humanas (embora<br />

sejam problemáticas) referem-se a objetos cuja<br />

existência está fora de discussão, a atividade religiosa,<br />

ao contrário, dirige-se a um objeto do qual até sua<br />

existência é colocada em dúvidas.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872) nega o valor<br />

objetivo da religião.<br />

Sustenta que as coisas estão<br />

precisamente no oposto: Deus é só<br />

uma ideia inventada pelo homem com<br />

o fito de obter a realização plena de si<br />

mesmo; portanto, a realidade<br />

suprema não é Deus, mas sim o<br />

homem.<br />

7


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Em A essência do cristianismo,<br />

Feuerbach afirma que a religião se<br />

origina de um processo de<br />

hipostezização das necessidades e<br />

dos ideais do homem: o homem<br />

projeta todas as qualidades positivas<br />

que tem em si numa pessoa<br />

(hipóstase) divina e faz dela uma<br />

realidade subsistente, capaz de suprir<br />

às próprias necessidades e às<br />

próprias lacunas.”<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Karl Marx (1818-1883) contesta o fenômeno <strong>religioso</strong>,<br />

nega Deus e condena a Igreja.<br />

Sua identificação da sociedade ideal<br />

com a sociedade sem classes e a<br />

pesquisa pela instauração dessa<br />

sociedade, por meio da derrocada das<br />

estruturas sociais vigentes em seu<br />

tempo, levaram-no necessariamente a<br />

enfrentar-se com a religião.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

A religião constitui um dos maiores obstáculos à realização<br />

da nova sociedade e conclui que a religião nada mais é do<br />

que uma invenção da sociedade capitalista.<br />

Para Marx, a religião é um produto<br />

inventado por esta sociedade para<br />

realizar a exploração das classes: ela é<br />

instrumento de evasão para os<br />

explorados e de justificação para os<br />

exploradores.<br />

A religião é o ópio do povo.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

"A religião é o suspiro da criatura<br />

oprimida pela desventura, a alma<br />

de uma época sem espírito. É ópio<br />

para o povo ... Este é o fundamento<br />

<strong>problema</strong> <strong>religioso</strong> da crítica<br />

religiosa: o homem produz a<br />

religião, não é a religião que produz<br />

o homem".<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Segundo Augusto Comte (1798-1857), todo o universo<br />

provém da matéria por meio da evolução. O homem<br />

também é um resultado da evolução.<br />

Com seu aparecimento no cenário<br />

do mundo inicia-se a história, cujas<br />

fases principais, conforme a célebre<br />

classificação de Comte, são três:<br />

religiosa, metafísica e científica.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

As três diferentes fases correspondem a três modos<br />

distintos de conceber e explicar as coisas.<br />

Na idade religiosa o homem se dá uma explicação mítica<br />

dos fenômenos naturais, excogitando causas<br />

sobrenaturais;<br />

Na idade metafísica ele obtém<br />

uma explicação dos fenômenos,<br />

recorrendo a princípios ocultos,<br />

como substância, acidente, ser etc.;<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Na idade positiva, por fim, elabora<br />

uma explicação raciocinada e<br />

científica das coisas por intermédio<br />

das leis naturais, que se bastam<br />

por si mesmas (sem que seja<br />

necessário recorrer a Deus ou a<br />

princípios metafísicos) para explicar<br />

todos os fenômenos constatados<br />

por nós.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Todas as atividades e todos os ramos do conhecimento<br />

passam por esses três estágios: a política e o direito, a<br />

economia e a oral, física e a astronomia etc.<br />

No início da época moderna, com<br />

o desenvolvimento do método<br />

científico, a humanidade finalmente<br />

alcançou a idade adulta e pode,<br />

portanto, dar as costas à religião ou<br />

à metafísica.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Outro expoente da crítica negativa do fenômeno <strong>religioso</strong>,<br />

no século passado, foi Nietzsche (1844-1900):<br />

"Deus está morto".<br />

Nietzsche quer desenvolver a ideia de<br />

um Super-homem absolutamente<br />

autônomo, senhor de si mesmo, rei da<br />

natureza e da história, liberado dos<br />

vínculos e das coerções impostas pela<br />

moral, pelo direito, pela religião.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Para Nietzsche a religião aparece<br />

como uma engenhosa invenção dos<br />

homens; não dos fortes, para terem<br />

sob seu jugo os fracos, mas sim dos<br />

fracos para se defenderem da<br />

prepotência dos fortes, dos superhomens.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

De tal origem da religião Nietzsche<br />

considera ter encontrado confirmação<br />

no cristianismo: aqui os fracos, os<br />

humilhados, os oprimidos elevam<br />

seu ideal de debilidade, de covardia,<br />

de resignação a ideais universais e<br />

fazem tudo para constranger<br />

também os homens fortes, os<br />

poderosos, os super-homens, a<br />

aceitá-lo.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

"Somente o miserável é bom, proclama o<br />

cristianismo; somente o pobre, o fraco, o<br />

humilde são bons; somente o doente, o<br />

necessitado, aquele que causa repugnância<br />

são piedosos. Somente a esses é prometida<br />

a felicidade e a salvação eterna. Enquanto<br />

que a vós poderosos, aristocratas, a vós é<br />

dito que sois para toda eternidade maus,<br />

perversos, vorazes, insaciáveis, inimigos de<br />

Deus e que por isso sereis eternamente<br />

infelizes, condenados, malditos".<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Para Sigmund Freud (1856-1939),<br />

a falta de fundamento da religião é<br />

dada como certa à medida que, a<br />

seu ver, é óbvio que fora do mundo<br />

e do homem não existe nenhum<br />

outro ser. Ao estudioso resta,<br />

portanto, apenas o <strong>problema</strong> de<br />

explicar de que modo surgiu a<br />

"ilusão religiosa".<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Esta não surgiu em decorrência de<br />

uma luta de classes entre burguesia e<br />

proletariado, como queria Marx, nem<br />

em consequência de uma luta entre<br />

fracos e fortes, como sustentava<br />

Nietzsche, mas sim através de um<br />

processo de sublimação de uma luta<br />

primordial entre os membros do lar<br />

familiar, com a decorrente projeção,<br />

externa à psique no plano cósmico, da<br />

ideia de pai.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

O objeto da religião - Deus - é<br />

exatamente o resultado dessa<br />

projeção. A ideia de tal Ser<br />

Supremo reflete, no plano<br />

cósmico, a polaridade afetiva<br />

amor-ódio, que os filhos sentem<br />

em relação ao pai.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Outras formas de desmistificação do fenômeno <strong>religioso</strong><br />

foram desenvolvidas em nosso século pelos<br />

existencialistas (em particular por Sartre (1905-1980) e<br />

Heidegger (1889-1976)) e pelos neopositivistas.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Segundo Heidegger, a filosofia não<br />

pode dar senão um conceito<br />

negativo no tocante à ideia de<br />

Deus.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Segundo Heidegger, a filosofia não pode dar senão um<br />

conceito negativo no tocante à ideia de Deus.<br />

Em sua opinião, essa ideia é uma<br />

aberração seja em relação à<br />

metafísica, enquanto faz decair o<br />

<strong>problema</strong> do ser ao <strong>problema</strong> de um<br />

ente; seja em relação ao <strong>problema</strong> da<br />

existência humana, pois a desvia de<br />

suas verdadeiras e autênticas<br />

possibilidades'.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

A última tentativa importante de desmistificar o fenômeno<br />

<strong>religioso</strong> coube ao Neopositivismo.<br />

Para este movimento, como já se sabe, a filosofia consiste<br />

essencialmente na análise da linguagem: somente desse<br />

modo ela pode determinar a verdade ou a falsidade de uma<br />

doutrina.<br />

Para efetuar a análise da linguagem, ocorre, no entanto,<br />

haver um critério para distinguir as proposições que têm<br />

significado daquelas que não têm.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Ora, conforme os neopositivistas, para as proposições<br />

factuais (e não para as lógicas), o único critério possível é<br />

aquele da verificação experimental que é definido do<br />

seguinte modo:<br />

"Uma afirmação que não é traduzível em<br />

proposições de caráter empírico não é<br />

absolutamente uma afirmação, não diz<br />

nada; não é senão uma série de palavras<br />

vazias; simplesmente não tem sentido".<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Dessas premissas os<br />

neopositivistas extraem a<br />

conclusão, lógica e<br />

necessária, de que a<br />

linguagem ética, estética<br />

e religiosa é destituída<br />

de sentido, não expressa<br />

nada:<br />

está privada de qualquer<br />

valor objetivo.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

2. DESMISTIFICAÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Logo, “dizer que Deus existe é<br />

uma expressão metafísica que<br />

não pode ser nem verdadeira<br />

nem falsa. E, pelo mesmo<br />

motivo, nenhuma proposição<br />

que vise a descrever a natureza<br />

de um Deus transcendente pode<br />

ter significado literal... Todas as<br />

expressões relativas à natureza<br />

de Deus são destituídas de<br />

sentido”.?<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.1. Soren Kierkegaard (1813-1855)<br />

Contra a concepção hegeliana da<br />

religião, que vê nela apenas um<br />

momento lógico, natural da<br />

evolução do Espírito Absoluto e,<br />

contra qualquer subordinação da<br />

religião à filosofia, Soren<br />

Kierkegaard (1813-1855) proclama<br />

que a religião não pode ser<br />

reduzida a um momento lógico de<br />

um sistema geral de pensamento,<br />

pois ela pertence à esfera da<br />

existência, da vida.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.1. Soren Kierkegaard (1813-1855)<br />

Não se chega ao estágio <strong>religioso</strong><br />

através da intuição, como<br />

sustentava Hegel, mas por<br />

intermédio da fé.<br />

O encontro com Deus não se dá<br />

instantaneamente à visão, mas nas<br />

trevas da fé.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.1. Soren Kierkegaard (1813-1855)<br />

E esta não é a consequência de um<br />

raciocínio, mas um ato de decisão<br />

que comporta um salto além de<br />

tudo aquilo que se apoia na<br />

segurança das leis científicas e<br />

dos códigos morais.<br />

Quando o homem crê em Deus e<br />

percebe a infinita diferença que<br />

separa a sua da natureza divina,<br />

então se prostra ante ele e o adora.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.1. Soren Kierkegaard (1813-1855)<br />

Quando os sistemas de Marx, Engels, Comte, Nietzsche<br />

e Freud começam a vacilar, também a desmistificação da<br />

religião perde força.<br />

É exatamente a impossibilidade de aceitação de tal<br />

interpretação do fenômeno <strong>religioso</strong> que induz autores,<br />

como Bergson, James, Scheler, Otto e Blondel a<br />

tomarem posição contra o Positivismo e o Materialismo.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.2. Henri Bergson (1859-1941)<br />

Bergson examina o Fenômeno<br />

Religioso em algumas de suas<br />

manifestações mais elevadas, como o<br />

Misticismo Grego e Oriental, o<br />

Profetismo Hebraico e o Misticismo<br />

Cristão.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.2. Henri Bergson (1859-1941)<br />

Através da experiência dos místicos<br />

ele chega à existência de Deus.<br />

De que forma?<br />

Com base no testemunho daqueles<br />

que têm experiência das coisas<br />

divinas. É preciso crer nos místicos a<br />

esse respeito...<br />

Eles sabem o que dizem.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.3. Maurice Blondel (1861-1949)<br />

Entre os seguidores de Bergson distingue-se,<br />

particularmente, Maurice Blondel.<br />

Ao defender o valor objetivo da<br />

religião, toma-o por uma<br />

perspectiva diferente da de seu<br />

mestre.<br />

Enquanto Bergson justifica o<br />

fenômeno <strong>religioso</strong> partindo de<br />

suas expressões mais autênticas,<br />

Blondel baseia-o na análise do<br />

dinamismo humano considerado<br />

na sua estrutura essencial.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.3. Maurice Blondel (1861-1949)<br />

Conforme Blondel, Bergson afirma que um exame atento e<br />

aprofundado da ação conduz logicamente ao<br />

reconhecimento da existência de Deus.<br />

Nós somos a desproporção entre o<br />

ideal e o real, mas tendemos em<br />

direção à sua identidade: tal<br />

identidade é o próprio Deus.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.4. William James(1842-1910)<br />

Uma hábil defesa do valor e do<br />

significado da experiência religiosa<br />

foi conduzida também pelo filósofo<br />

americano William James.<br />

Sua defesa baseia-se em<br />

motivações de ordem mística<br />

como em Bergson, mais do que<br />

sobre especulações de ordem<br />

teórica, como em Blondel.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.4. William James(1842-1910)<br />

James não acredita ser possível<br />

transformar a religião num sistema<br />

de proposições científicas<br />

claramente demonstráveis.<br />

O fundamento da religião não é a<br />

razão, mas a fé, o sentimento e<br />

outras experiências particulares,<br />

como a oração, conversas com o<br />

invisível, visões etc.<br />

Tudo isso, porém, não significa que<br />

a religião seja desprovida de<br />

conceitos e doutrinas.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.4. William James(1842-1910)<br />

James reconhece que uma religião<br />

que é verdadeiramente autêntica deve<br />

logicamente cuidar de um certo tipo de<br />

Metafísica ou de Cosmologia teísta e<br />

que, por isso, a fé em Deus, cujos<br />

atributos são essencialmente “morais”<br />

ou ligados à experiência humana, pode<br />

ser defendida como um elemento<br />

necessário da experiência religiosa,<br />

embora não possa servir como base<br />

de uma Teologia Racional.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.5. Max Scheler (1874-1928)<br />

Os mais autorizados defensores do<br />

valor objetivo da experiência<br />

religiosa, na Alemanha, foram:<br />

Scheler, Otto, Schmidt, Guardini,<br />

Adam, Tillich, Dessauer, Lang.<br />

Scheler coloca o fenômeno<br />

<strong>religioso</strong> no centro de sua pesquisa<br />

filosófica.<br />

Polemizando o Positivismo, Max<br />

Scheler afirma o caráter absoluto e<br />

perene da experiência religiosa.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.5. Max Scheler (1874-1928)<br />

Scheler destaca como,<br />

fenomenologicamente, “também o<br />

fetiche mais primitivo apresenta,<br />

ainda que rudemente, a essência<br />

não dedutível do divino, qual esfera<br />

global do ser absoluto guarnecido<br />

de todas as características do<br />

santo”.<br />

43


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.5. Max Scheler (1874-1928)<br />

Scheler considera ser motivo<br />

último de sua aceitação a evidência<br />

imediata do objeto que se dá como<br />

tal em ações de conhecimento<br />

específico, no caso nas ações<br />

religiosas.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.5. Max Scheler (1874-1928)<br />

O fundamento último da religião<br />

não pode ser outro senão a<br />

automanifestação de Deus: esta<br />

pode acontecer somente através<br />

dos homens <strong>religioso</strong>s, tendo como<br />

ápice o “santo originário”, por ele<br />

individualizado na figura de Cristo.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.6. Rudolf Otto (1869-1937)<br />

Rudolf Otto descreve com<br />

extraordinária agudeza as diferentes<br />

modalidades da religiosa.<br />

Esta configura-se, antes de tudo, como<br />

sentimento do numinoso.<br />

O numinoso é uma categoria das mais<br />

complexas do “sagrado”. É uma<br />

categoria sui generis, que é<br />

completamente inacessível à<br />

compreensão conceitual, e que como<br />

tal constitui um “arreton”, algo de<br />

indefinível, inefável.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.6. Rudolf Otto (1869-1937)<br />

Neste sentido não pertence ao domínio<br />

do “irracional”; representa o elemento<br />

mais íntimo, pertencente a todas as<br />

religiões.<br />

O numinoso, por sua vez, assume<br />

dois aspectos que o caracterizam de<br />

modo inequívoco:<br />

a) o aspecto de mysterium<br />

tremendum e<br />

b) o aspecto de mysterium fascinans.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.6. Rudolf Otto (1869-1937)<br />

O primeiro constitui o aspecto repulsivo<br />

do numinoso; o segundo, em oposição,<br />

representa o aspecto atraente e<br />

“fascinante”.<br />

O sagrado, além do aspecto<br />

“irracional”, representado pela<br />

categoria do numinoso, reveste-se<br />

também de um aspecto “racional”; este<br />

encontra expressão principalmente nos<br />

“símbolos” e nos “dogmas”.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFESA DA RELIGIÃO:<br />

3.6. Rudolf Otto (1869-1937)<br />

Graças a essas categorias, através de<br />

“signos” estáveis e universalmente<br />

válidos, o sagrado adquire uma<br />

estrutura sólida, que lhe confere o<br />

caráter de “doutrina” rigorosa,<br />

objetivamente válida e que se opõe,<br />

por isso mesmo, às excentricidades do<br />

“irracionalismo” fantástico e sonhador.<br />

49


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFINIÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

A. Lang: “Todos os que se ocupam da ciência da religião,<br />

todos os que pretendem favorecer o desenvolvimento da<br />

religião, todos os que a querem extirpar, oferecem uma<br />

definição da sua essência.”<br />

Definição descritiva:<br />

“A religião é o conjunto de conhecimentos, ações e<br />

estruturas com as quais o homem expressa<br />

reconhecimento, dependência e veneração em relação ao<br />

sagrado”.<br />

50


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFINIÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

“Pode-se falar de um ato <strong>religioso</strong>, principalmente de um<br />

ato <strong>religioso</strong> fundamental, somente quando o homem<br />

assume perante o Sagrado e o Divino uma atitude subjetiva<br />

de todo particular, isto é, quando emocionalmente é<br />

atingido e atraído pelo objeto e entra em contato pessoal<br />

com ele. Esta é a face psíquica ou interior da religião”.<br />

51


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFINIÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Sagrado é um conceito primário, fundamental, como os<br />

conceitos de “ser”, “verdade”, “bem”, “belo” e, por<br />

conseguinte, não se pode explicá-lo ulteriormente,<br />

reportando-se a categorias estranhas à esfera religiosa.<br />

Entre as características do Sagrado lembramos aquelas<br />

evidenciadas por Rudolf Otto:<br />

a numinosidade, a misteriosidade, a majestade, o fascínio.<br />

E também:<br />

a objetividade, a axiologia, a transcendência e a<br />

personalidade.<br />

52


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFINIÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

Determinando-se desta forma a essência da religião, tornase<br />

evidente em que coisa ela se diferencia da filosofia, da<br />

arte e da moral.<br />

Aquilo que diferencia a Religião da Filosofia é<br />

principalmente o elemento subjetivo: tanto a religião quanto<br />

a filosofia ocupam-se do Sagrado, do Divino, da “realidade<br />

última”, mas o fazem de um modo totalmente diferente.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

3. DEFINIÇÃO DA RELIGIÃO:<br />

O que distingue a Religião da Arte é, opostamente, o<br />

elemento objetivo: a religião tem por objeto o real; a arte, o<br />

ideal.<br />

A Religião e Moral, apesar de estarem estreitamente<br />

ligadas uma à outra, são essencialmente diferentes.<br />

54


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA RELIGIÃO:<br />

Neste ponto, cabe enfrentar o <strong>problema</strong> da verdade do<br />

objeto da religião: Deus.<br />

Duas vias:<br />

a metafísica e a hermenêutica histórica.<br />

A metafísica tem o mérito de apoiar-se basicamente nas<br />

forças da razão pura; mas, justamente por isso, tem<br />

escassas probabilidades de solucionar um <strong>problema</strong> tão<br />

difícil.<br />

55


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA RELIGIÃO:<br />

A hermenêutica, tomando como ponto de partida um<br />

evento histórico particular (a revelação bíblica ou a cristã, a<br />

islâmica etc.) vê-se na dificuldade de demonstrar como um<br />

evento histórico de caráter particular (localizado num dado<br />

momento espaço-temporal) possa elevar-se a valor<br />

universal, absoluto.<br />

A solução adequada do Problema Religioso não pode ser<br />

obtida com a razão pura, mas somente por intermédio da<br />

fé, isto é, mediante uma humilde e plena submissão de<br />

todo o ser do homem àquele que constitui o centro,<br />

coração, a alma da esfera religiosa: Deus.<br />

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O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

5. ROTEIRO PARA REVISÃO DO CONTEÚDO<br />

1. O que é a religião?<br />

2. Por que a religião é um fenômeno problemático?<br />

3. Como é que Aristóteles, Agostinho, Tomás de Aquino,<br />

Anselmo, Descartes, Leibnitz provam a existência de<br />

Deus? De quais fenômenos partem as "cinco vias" de S.<br />

Tomás?<br />

4. O que se entende por prova ontológica?<br />

5. Que classificação Kant apresenta das provas da<br />

existência de Deus? Que valor ele atribui às provas<br />

tradicionais?<br />

57


O PROBLEMA RELIGIOSO<br />

5. ROTEIRO PARA REVISÃO DO CONTEÚDO<br />

6. Sobre que razões é que Feuerbach, Marx, Comte,<br />

Freud, Nietzsche, Sartre e Carnap baseiam a<br />

desmistificação da religião?<br />

7. Que função Spinoza, Hegel e Croce atribuem à religião?<br />

8. Sobre o que Shleiermacher, James, Bergson, Otto e<br />

Scheler baseiam a religião?<br />

9. Como se originou a religião?<br />

10. O que é o "sagrado"? Qual a sua relação com o<br />

"profano"?<br />

11. Que relação existe entre religião e cultura, religião e<br />

cristianismo, religião e filosofia, religião e ciência, religião e<br />

mito, religião e moral, religião e arte?<br />

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