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Portfolio de incidentes críticos: os relatos de consulta como ...

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ESPAÇO ADSO<br />

<strong>Portfolio</strong> <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong>:<br />

<strong>os</strong> relat<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>consulta</strong> <strong>como</strong><br />

instrument<strong>os</strong> <strong>de</strong> aprendizagem<br />

ELISA CUNHA *<br />

RESUMO<br />

A reflexão é um po<strong>de</strong>r<strong>os</strong>o instrumento <strong>de</strong> aprendizagem. Em Medicina Geral e Familiar a reflexão sobre a pratica é<br />

particularmente importante dada a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas encontrad<strong>os</strong> e o tipo <strong>de</strong> cuidad<strong>os</strong> prestad<strong>os</strong>. Neste artigo,<br />

a autora <strong>de</strong>screve a aplicação da técnica d<strong>os</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong> no ensino-aprendizagem <strong>de</strong> aptidões comunicacionais,<br />

durante o internato complementar, e também <strong>como</strong> método <strong>de</strong> auto-formação durante toda a vida profissional.<br />

SUMMARY<br />

Reflexion is a powerful learning tool. In General Practice, practice reflexion is particularly important due to the complexity<br />

of health problems faced and to the type of care provi<strong>de</strong>d. The author, in this article, <strong>de</strong>velops the rational of<br />

critical inci<strong>de</strong>nts and explores their applicability in learning and teaching communication skills, during vocational training,<br />

as well their applicability in daily practice facing self continuing professional and personal <strong>de</strong>velopment.<br />

Introdução<br />

A reflexão tem sido consi<strong>de</strong>rada, na<br />

literatura educacional, um instrumento<br />

po<strong>de</strong>r<strong>os</strong>o <strong>de</strong> aprendizagem 1 .<br />

De acordo com Al-Shehri 2 a reflexão<br />

po<strong>de</strong> ser vista <strong>como</strong> um ciclo on<strong>de</strong><br />

se presta atenção <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>liberada,<br />

sistemática e analítica às<br />

próprias acções, sentiment<strong>os</strong> e pensament<strong>os</strong><br />

relacionad<strong>os</strong> com experiências<br />

particulares, com o objectivo<br />

<strong>de</strong> melhorar as percepções e as<br />

resp<strong>os</strong>tas a experiências em curso<br />

ou futuras.<br />

Em Medicina Geral e Familiar<br />

(MGF), a reflexão sobre a prática é<br />

especialmente importante uma vez<br />

que a abordagem d<strong>os</strong> problemas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> d<strong>os</strong> utentes é continuada e<br />

holística, logo complexa. O médico<br />

tem <strong>de</strong> saber relacionar-se empaticamente<br />

com doentes <strong>de</strong> todas as<br />

*Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lag<strong>os</strong><br />

300 Rev Port Clin Geral 2003;19:300-3<br />

ida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> todo o tipo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>os</strong><br />

mais ignorantes a<strong>os</strong> mais sábi<strong>os</strong>,<br />

d<strong>os</strong> mais tímid<strong>os</strong> a<strong>os</strong> mais <strong>de</strong>sinibid<strong>os</strong>,<br />

d<strong>os</strong> mais satisfeit<strong>os</strong> a<strong>os</strong> mais<br />

zangad<strong>os</strong>, e saber percepcionar as<br />

suas expectativas e preocupações.<br />

N<strong>os</strong> livr<strong>os</strong> e artig<strong>os</strong> científic<strong>os</strong> é frequente<br />

não encontrarm<strong>os</strong> resp<strong>os</strong>tas<br />

para muitas das situações que n<strong>os</strong><br />

causam constrangimento na prática<br />

clínica, principalmente para as<br />

do domínio do «saber-ser», das atitu<strong>de</strong>s,<br />

d<strong>os</strong> valores, das emoções. Por<br />

outro lado, o carácter individual da<br />

<strong>consulta</strong> do Clínico Geral dificulta a<br />

obtenção <strong>de</strong> «feedback» por parte d<strong>os</strong><br />

colegas em relação à sua prática;<br />

problema que urge resolver para que<br />

não se perca totalmente esta fonte<br />

<strong>de</strong> aprendizagem. Neste contexto a<br />

qualida<strong>de</strong> d<strong>os</strong> cuidad<strong>os</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

encontra-se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autocrítica<br />

e <strong>de</strong> auto-avaliação.<br />

A reflexão sobre a prática profissional<br />

é, assim, <strong>de</strong> importância capital,<br />

não só na formação médica contínua,<br />

<strong>como</strong>, e sobretudo, durante o<br />

treino vocacional, o Internato Complementar<br />

<strong>de</strong> Clínica Geral (ICCG).<br />

A criação <strong>de</strong> um portfolio <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>crític<strong>os</strong></strong> po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>senvolver a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão crítica d<strong>os</strong><br />

médic<strong>os</strong> em relação à sua prática<br />

clínica diária, a melhorar a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s<br />

formativas e a facilitar a aquisição <strong>de</strong><br />

aptidões comunicacionais mais a<strong>de</strong>quadas<br />

à sua prática.<br />

A <strong>consulta</strong> <strong>como</strong> objecto<br />

privilegiado para a reflexão<br />

crítica<br />

Sendo a Consulta, <strong>como</strong> disse Pendleton<br />

3 ,«o acto central da Medicina»,<br />

é sobre ela que a prática reflexiva<br />

mais <strong>de</strong>ve ser aplicada. Assim, é já<br />

um hábito, entre alguns Orientadores<br />

e Intern<strong>os</strong> ou para alguns médic<strong>os</strong><br />

em exercício, analisarem em<br />

conjunto ou a solo, <strong>os</strong> regist<strong>os</strong> clínic<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> doentes observad<strong>os</strong> no dia e<br />

as suas principais ocorrências. No<br />

entanto, esta análise ao não ser<br />

acompanhada <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> acção<br />

ou <strong>de</strong> uma bússola, per<strong>de</strong> o seu potencial<br />

<strong>de</strong> prática reflexiva. Com efeito,<br />

só essa análise estruturada e<br />

contínua permite o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crítica, da auto-<br />

-crítica e <strong>de</strong> auto-avaliação pilares <strong>de</strong>


uma auto-formação, ao longo da<br />

vida, <strong>como</strong> profissional e <strong>como</strong> pessoa.<br />

Apesar <strong>de</strong> saberm<strong>os</strong> que tod<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />

event<strong>os</strong> da <strong>consulta</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>os</strong> mais<br />

rotineir<strong>os</strong> a<strong>os</strong> mais complex<strong>os</strong> e<br />

inesperad<strong>os</strong>, são criadores <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> aprendizagem, pensam<strong>os</strong><br />

que são <strong>os</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong><br />

da Consulta, do Interno ou <strong>de</strong> cada<br />

um <strong>de</strong> nós, médic<strong>os</strong> em exercício, o<br />

terreno sobre o qual mais se po<strong>de</strong>rá<br />

reflectir e que um portfolio <strong>de</strong>stes inci<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>crític<strong>os</strong></strong> po<strong>de</strong> ser um instrumento<br />

vali<strong>os</strong>o do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, <strong>de</strong> avaliação da prática<br />

e do processo formativo.<br />

Os inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong> e a<br />

construção <strong>de</strong> um portfolio<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>nte crítico surge<br />

em 1954 e <strong>de</strong>ve-se a Flanagan, psicólogo<br />

citado por muit<strong>os</strong> autores. A<br />

«Técnica d<strong>os</strong> Inci<strong>de</strong>ntes Crític<strong>os</strong>» tem<br />

sido muito utilizada <strong>como</strong> método<br />

<strong>de</strong> investigação em várias áreas, incluindo<br />

o Ensino e a Medicina.<br />

Segundo Flanagan 4 , «por inci<strong>de</strong>nte<br />

enten<strong>de</strong>-se toda a activida<strong>de</strong><br />

humana observável, suficientemente<br />

completa, para que através <strong>de</strong>la<br />

se p<strong>os</strong>sam fazer induções ou previsões<br />

sobre o indivíduo que realiza<br />

a acção; para ser crítico, um inci<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>ve dar-se numa situação tal<br />

que o fim ou intenção da acção<br />

apareçam suficientemente clar<strong>os</strong> ao<br />

observador e que as consequências<br />

da acção sejam evi<strong>de</strong>ntes».<br />

Neste contexto po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> <strong>de</strong>finir<br />

portfolio <strong>como</strong> sendo uma colecção,<br />

selecção e organização <strong>de</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> event<strong>os</strong>, ao longo <strong>de</strong> um<br />

certo tempo, que traduzam a evidência<br />

da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auto-reflexão,<br />

aprendizagem e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

pessoal e profissional do seu autor.<br />

No caso d<strong>os</strong> Internat<strong>os</strong>, a aplicação<br />

<strong>de</strong>sta técnica permite que o Interno,<br />

ao reflectir sobre cada um d<strong>os</strong><br />

inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong>, reflicta também<br />

sobre o seu próprio comportamento,<br />

passando a ser, ao mesmo tempo,<br />

observador e observado, isto é,<br />

objecto «duma análise crítica <strong>de</strong><br />

acções, sentiment<strong>os</strong> e pensamen-<br />

1. Contexto<br />

2. Descrição do inci<strong>de</strong>nte<br />

3. Inferências<br />

4. Tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões/Solução<br />

Quadro I. Descrição <strong>de</strong> um inci<strong>de</strong>nte crítico<br />

ESPAÇO ADSO<br />

Data ____/____/_____<br />

1. O que é que aconteceu? i<strong>de</strong>ntificação<br />

Com quem? On<strong>de</strong>? Quando? _______________________<br />

2. O que fez com que acontecesse? causalida<strong>de</strong><br />

Quem agiu? ______________________<br />

3. Que efeit<strong>os</strong> provocou? impacto<br />

(não esquecer <strong>os</strong> efeit<strong>os</strong> afectiv<strong>os</strong>) _______________________<br />

4. Que significado tem o que aconteceu? significação<br />

Para quem? ______________________<br />

5. Porque aconteceu? explicação<br />

______________________<br />

6. Porque não <strong>de</strong>via ter acontecido? controlo<br />

______________________<br />

7. Porque é que eu g<strong>os</strong>to/não g<strong>os</strong>to disto? reflexão avaliativa<br />

É uma coisa boa? Porquê? e justificativa<br />

______________________<br />

8. Isto é exemplo <strong>de</strong> quê? reflexão crítica<br />

______________________<br />

9. É justo?... reflexão ética<br />

______________________<br />

Quadro II. Análise do inci<strong>de</strong>nte crítico<br />

t<strong>os</strong>» 5 feita por ele próprio.<br />

Como fazer um portfolio <strong>de</strong><br />

inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong>?<br />

Primeiro há que proce<strong>de</strong>r à sua selecção<br />

e colecção. Para o efeito, o<br />

Rev Port Clin Geral 2003;19:300-3 301


ESPAÇO ADSO<br />

A. Em que medida a metodologia utilizada lhe proporcionou o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da sua capacida<strong>de</strong> crítica sobre a sua prática clínica diária?<br />

B. A metodologia utilizada proporcionou-lhe o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

comportament<strong>os</strong> mais a<strong>de</strong>quad<strong>os</strong> à sua prática profissional?<br />

Assinale com um X a resp<strong>os</strong>ta que melhor traduza a sua opinião.<br />

Muitas vezes Algumas vezes Poucas vezes Nunca<br />

■ ■ ■ ■<br />

C. Se respon<strong>de</strong>u poucas vezes ou nunca à pergunta anterior, justifique a<br />

resp<strong>os</strong>ta e passe à pergunta F.<br />

D. Descreva um d<strong>os</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong> que consi<strong>de</strong>re mais ter contribuído para<br />

a mudança do seu comportamento no sentido <strong>de</strong> melhor o a<strong>de</strong>quar à sua<br />

prática profissional.<br />

E. Justifique o valor que o seu portfolio <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong> trouxe à sua<br />

formação <strong>como</strong> especialista em Medicina Geral e Familiar.<br />

F. A metodologia utilizada fez com que i<strong>de</strong>ntificasse novas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

aprendizagem?<br />

Assinale com um X a resp<strong>os</strong>ta que melhor traduza a sua opinião<br />

Muitas vezes Algumas vezes Poucas vezes Nunca<br />

■ ■ ■ ■<br />

G. G<strong>os</strong>tou da metodologia utilizada no processo formativo ?<br />

Sim ■ Não ■<br />

Porquê?<br />

H. G<strong>os</strong>tou <strong>de</strong> criar um portfolio <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong> durante o processo<br />

formativo?<br />

Sim ■ Não ■<br />

Porquê?<br />

Quadro III. Questionário dirigido Interno.<br />

Orientador do Interno ou o Clínico,<br />

i<strong>de</strong>ntificará uma situação na <strong>consulta</strong><br />

que mereça ser analisada. Será<br />

o sentimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto ou<br />

constrangimento que <strong>de</strong>terminará o<br />

interesse em analisar mais <strong>de</strong>talhadamente<br />

o que ocasionou esse mal<br />

estar. Por vezes, po<strong>de</strong> ser uma questão<br />

<strong>de</strong> comunicação médico-doente<br />

sendo preciso ver em maior <strong>de</strong>talhe<br />

<strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> envolvid<strong>os</strong> nessa comu-<br />

302 Rev Port Clin Geral 2003;19:300-3<br />

nicação, outras vezes serão aspect<strong>os</strong><br />

ligad<strong>os</strong> ao conhecimento. Os cas<strong>os</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificad<strong>os</strong> <strong>como</strong> <strong>crític<strong>os</strong></strong> serão escrit<strong>os</strong><br />

pelo próprio <strong>de</strong> acordo com o<br />

mo<strong>de</strong>lo prop<strong>os</strong>to por Estrela MT e<br />

Estrela A 4 no Quadro I. Esta <strong>de</strong>scrição<br />

será feita na perspectiva do<br />

observador/observado visando sempre<br />

a componente comportamental.<br />

Após esta <strong>de</strong>scrição, o médico<br />

Interno ou já especialista, em exer-<br />

cício <strong>de</strong> funções, tentará encontrar<br />

todas as soluções p<strong>os</strong>síveis para a<br />

resolução do inci<strong>de</strong>nte, po<strong>de</strong>ndo<br />

usar <strong>como</strong> instrumento o questionário<br />

(Quadro II) <strong>de</strong>senvolvido por<br />

Rodrigues 6 , para ajudar a resolver<br />

inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong>.<br />

O que fazer com este porfolio?<br />

No caso do Internato, este portfolio<br />

<strong>de</strong>verá ser alvo <strong>de</strong> discussão entre<br />

interno(s)/orientador(es) nas suas<br />

reuniões periódicas. Neste caso, a<br />

discussão <strong>de</strong>verá recair sobre as soluções<br />

encontradas pelo interno. No<br />

caso do médico em exercício, estes<br />

portfoli<strong>os</strong> <strong>de</strong>veriam, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisad<strong>os</strong><br />

e avaliad<strong>os</strong> por júris, ser creditad<strong>os</strong><br />

<strong>como</strong> experiências válidas <strong>de</strong><br />

formação contínua. N<strong>os</strong> CS ou noutr<strong>os</strong><br />

context<strong>os</strong> <strong>de</strong> prática, por forma<br />

a potenciar a experiência individual<br />

e a ter informação <strong>de</strong> retorno sobre<br />

as soluções encontradas, po<strong>de</strong>riam<br />

formar-se pequen<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

profissionais para discutir <strong>os</strong> IC vivid<strong>os</strong><br />

e <strong>de</strong>scrit<strong>os</strong> por cada um.<br />

Quer num caso quer no outro, as<br />

fichas d<strong>os</strong> inci<strong>de</strong>ntes critic<strong>os</strong> <strong>de</strong>verão:<br />

1)ser organizadas e analisadas<br />

por or<strong>de</strong>m cronológica; 2) ter sempre<br />

claramente registadas as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> aprendizagem i<strong>de</strong>ntificadas;<br />

3) justificar a a<strong>de</strong>quação em<br />

Clínica Geral d<strong>os</strong> comportament<strong>os</strong><br />

observad<strong>os</strong> ou prop<strong>os</strong>t<strong>os</strong> <strong>como</strong><br />

solução; 4) referenciar as fontes <strong>de</strong><br />

informação <strong>consulta</strong>das consi<strong>de</strong>radas<br />

pertinentes para a resolução<br />

do(s) caso(s).<br />

A avaliação <strong>de</strong>sta metodologia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento pessoal<br />

e profissional<br />

À semelhança <strong>de</strong> qualquer outro<br />

processo, po<strong>de</strong>r-se-á avaliar qualitativamente<br />

o interesse na aplicação<br />

<strong>de</strong>sta metodologia através <strong>de</strong> questionári<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> opinião dirigid<strong>os</strong> ao produto<br />

e ao processo <strong>de</strong> aprendizagem.


Assinale com um X a resp<strong>os</strong>ta que melhor traduza a sua opinião<br />

A. Houve <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong> crítica do Interno sobre a sua<br />

prática clínica?<br />

Sim ■ Não ■<br />

B. Ocorreu melhoria do comportamento do Interno ao longo do processo<br />

formativo?<br />

Sim ■ Não ■<br />

C. O Interno parece ter compreendido que a mudança do seu<br />

comportamento era necessária em, pelo men<strong>os</strong>, algumas situações?<br />

Sim ■ Não ■<br />

D. O Interno i<strong>de</strong>ntificou necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem?<br />

Sim ■ Não ■<br />

Quadro IV. Questionário dirigido a<strong>os</strong> Orientadores<br />

Sugerem-se dois tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> questionári<strong>os</strong><br />

construíd<strong>os</strong> para avaliação da<br />

implementação <strong>de</strong>sta metodologia<br />

no internato mas que po<strong>de</strong>rão ser fácilmente<br />

adaptad<strong>os</strong> a<strong>os</strong> médic<strong>os</strong> em<br />

exercício que a tencionem aplicar<br />

(Quadro III e IV).<br />

Agra<strong>de</strong>ciment<strong>os</strong><br />

Agra<strong>de</strong>ço à Dr a Isabel Sant<strong>os</strong> a sua<br />

ajuda na revisão do trabalho que<br />

<strong>de</strong>u origem ao presente texto. Esse<br />

trabalho intitulava-se «Reflexão sobre<br />

a prática clínica: análise e criação<br />

<strong>de</strong> um portfolio <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>crític<strong>os</strong></strong> <strong>como</strong> estratégia <strong>de</strong> formação<br />

no 3 o ano do ICCG» e foi apresentado<br />

no curso «Optimização das práticas<br />

formativas/Formação <strong>de</strong> Formadores»,<br />

organizado pela Coor<strong>de</strong>nação<br />

do Internato Complementar<br />

<strong>de</strong> Clínica Geral da Zona Sul em<br />

1999. À Dr a M a da Luz agra<strong>de</strong>ço a<br />

sua preci<strong>os</strong>a ajuda com a bibliografia.<br />

Referências bibliográficas<br />

1. Al-Shehri A. Learning by reflection in<br />

general practice: a study report. Educ Gen<br />

Pract 1995; 7: 237-46.<br />

2. Al-Shehri A, Stanley I, Thomas P.<br />

Continuing education for general practice.<br />

2.Systematic learning from experience. Br<br />

J Gen Pract 1993; 43: 249-53.<br />

3. Pendleton D et al. The Consultation:<br />

an approach to learning and teaching.<br />

Oxford: Oxford University Press; 1984.<br />

4. Estrela MT, Estrela A. Técnicas <strong>de</strong><br />

educação: a técnica d<strong>os</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong><br />

no ensino. Lisboa: Editorial Estampa;<br />

1978.<br />

5. Howard J. The emotional diary: a framework<br />

for reflective practice. Educ Gen<br />

Pract 1997; 8: 288-91.<br />

6. Rodrigues MA. Questionário para ajudar<br />

a resolver inci<strong>de</strong>ntes <strong>crític<strong>os</strong></strong> [Documento<br />

mimeogravado]. Lisboa: Coor<strong>de</strong>nação<br />

do Internato Complementar <strong>de</strong> Medicina<br />

Geral e Familiar; 1999 (Texto <strong>de</strong><br />

Apoio; 9).<br />

En<strong>de</strong>reço para correspondência<br />

R. Frei Vicente <strong>de</strong> Lag<strong>os</strong>, Lote 13<br />

8600 Lag<strong>os</strong><br />

email:elisacunha2@hotmail.com<br />

ESPAÇO ADSO<br />

Rev Port Clin Geral 2003;19:300-3 303

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