Ectopia cervical: cauterizar ou não? - Abgrj.org.br
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<strong>Ectopia</strong> <strong>cervical</strong>:<<strong>br</strong> />
<strong>cauterizar</strong> <strong>ou</strong> <strong>não</strong>?<<strong>br</strong> />
(valor nas mucorreias)<<strong>br</strong> />
Trocando Ideias XIV<<strong>br</strong> />
27 a 29 de agosto de 2009<<strong>br</strong> />
Susana Aidé
<strong>Ectopia</strong> <strong>cervical</strong><<strong>br</strong> />
• Definição<<strong>br</strong> />
presença de epitélio colunar além do OE colo uterino<<strong>br</strong> />
• Sinonímia<<strong>br</strong> />
ectropium, eritroplasia, mácula ru<strong>br</strong>a, erosão<<strong>br</strong> />
• Prevalência (17-50%)<<strong>br</strong> />
achado pontual<<strong>br</strong> />
comum na maioria mulheres<<strong>br</strong> />
tempo ocorrência limitado<<strong>br</strong> />
obsevação direta exame especular (colposcopia)<<strong>br</strong> />
variação interobservador<<strong>br</strong> />
confudir com ZT
Fatores desencadeantes<<strong>br</strong> />
• associação com estrogênio<<strong>br</strong> />
• rara após menopausa<<strong>br</strong> />
• idade reprodutiva (grávidas e ACO)<<strong>br</strong> />
• <strong>não</strong> relacionada tempo atividade sexual e nº parceiros<<strong>br</strong> />
• <strong>não</strong> relacionada início da puberdade e da menopausa
REPARO<<strong>br</strong> />
• Metaplasia escamosa (ZT)<<strong>br</strong> />
• Epidermização<<strong>br</strong> />
ESTIMULADO<<strong>br</strong> />
• pH baixo<<strong>br</strong> />
• Inflamação<<strong>br</strong> />
• Erosão<<strong>br</strong> />
História natural
Metaplasia escamosa reduz <strong>ou</strong> elimina a ectopia
Questões para tratar<<strong>br</strong> />
• O tempo de resolução da ectopia por processo<<strong>br</strong> />
metaplásico é maior do que o resultante de tratamento.<<strong>br</strong> />
eletrocauterização<<strong>br</strong> />
criocauterização<<strong>br</strong> />
LASER<<strong>br</strong> />
medicamentoso<<strong>br</strong> />
• Será que tratar ectopia produz um benefício real?<<strong>br</strong> />
Machado Junior LC, São Paulo Med J. 2008;126(2):132-9
Proteção contra câncer <strong>cervical</strong><<strong>br</strong> />
• Argumento mais observado<<strong>br</strong> />
• Relação entre metaplasia escamosa e câncer <strong>cervical</strong><<strong>br</strong> />
• Células metaplásicas são mais susceptíveis aos carcinógenos<<strong>br</strong> />
• Lesões precursoras se desenvolvem na JEC, local de maior<<strong>br</strong> />
intensidade metaplásica<<strong>br</strong> />
• TEORICAMENTE: resolução da ectopia em menor espaço de<<strong>br</strong> />
tempo e uma redução no seu tamanho = redução na área<<strong>br</strong> />
metaplásica com diminuição do risco de câncer de colo uterino
Associação entre ectopia e câncer <strong>cervical</strong><<strong>br</strong> />
• 4 trabalhos:<<strong>br</strong> />
3 casos-controle = associação.<<strong>br</strong> />
Falhas metodológicas importantes.<<strong>br</strong> />
1 coorte = <strong>não</strong> associação.<<strong>br</strong> />
Estudo bem desenhado e bem conduzido.
• 4 trabalhos<<strong>br</strong> />
Prevenção do câncer <strong>cervical</strong> e<<strong>br</strong> />
cauterização da ectopia<<strong>br</strong> />
2 = cauterização como fator protetor.<<strong>br</strong> />
Os fatores de confundimento <strong>não</strong> foram devidamente<<strong>br</strong> />
controlados.<<strong>br</strong> />
2 = cauterização <strong>não</strong> modifica o risco para câncer <strong>cervical</strong>.<<strong>br</strong> />
Uso de metodologia apropriada.
Conclusão<<strong>br</strong> />
Não há evidência de associação entre ectopia e<<strong>br</strong> />
câncer <strong>cervical</strong> <strong>ou</strong> de proteção contra o câncer<<strong>br</strong> />
<strong>cervical</strong> associada ao tratamento das ectopias.
HPV e NIC<<strong>br</strong> />
• 7 trabalhos (4= HPV e ectopia; 3= NIC e ectopia)<<strong>br</strong> />
• <strong>Ectopia</strong> parece favorecer a ocorrência de infecção por HPV e o<<strong>br</strong> />
aparecimento de NIC – Fator risco para câncer <strong>cervical</strong>? Se<<strong>br</strong> />
justificaria tratar a ectopia para evitar o câncer <strong>cervical</strong>?<<strong>br</strong> />
• Não, esses trabalhos <strong>não</strong> mostram evidência suficiente para<<strong>br</strong> />
determinar conduta, pois a infecção por HPV e a presença de NIC <strong>não</strong><<strong>br</strong> />
irão evoluir, necessariamente, para CÂNCER <strong>cervical</strong>, mesmo HPV<<strong>br</strong> />
oncogênicos.<<strong>br</strong> />
• Somente seria justificado tratar a ectopia, se prevenisse o câncer<<strong>br</strong> />
<strong>cervical</strong>.
HIV<<strong>br</strong> />
• 5 trabalhos<<strong>br</strong> />
• mulheres com ectopia expostas a parceiros HIV +, foram mais<<strong>br</strong> />
infectadas pelo vírus.<<strong>br</strong> />
• mulheres oriundas da população geral, carência <strong>ou</strong> negativa<<strong>br</strong> />
associação entre HIV e ectopia.<<strong>br</strong> />
• mulheres com úlceras genitais mostraram associação entre<<strong>br</strong> />
HIV e ectopia.<<strong>br</strong> />
• mulheres HIV + alta frequência viral nas secreções do colo<<strong>br</strong> />
uterino e vagina.<<strong>br</strong> />
Parece haver certa associação entre ectopia e infecção HIV<<strong>br</strong> />
(estudos contraditórios).
Proteção contra DSTs<<strong>br</strong> />
• Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae infectam<<strong>br</strong> />
preferencialmente o epitélio glandular.<<strong>br</strong> />
• A ectopia pode favorecer a infecção por exposição desse<<strong>br</strong> />
epitélio.
• 17 trabalhos<<strong>br</strong> />
Chlamydia trachomatis<<strong>br</strong> />
14 (5 em análise multivariada)=associação entre ectopia e<<strong>br</strong> />
infecção por Chlamydia<<strong>br</strong> />
OBS: 3 trabalhos <strong>não</strong> mostraram associação, apesar de<<strong>br</strong> />
observarem expressiva frequência de infecção nas<<strong>br</strong> />
mulheres com ectopia, porém a amostra era pequena, <strong>não</strong><<strong>br</strong> />
tendo significado estatístico.
Como agir diante desse resultado?<<strong>br</strong> />
• A prevalência de infecção por Chlamydia 3,7-35%; Brasil 4-<<strong>br</strong> />
11.2%.<<strong>br</strong> />
• Assintomática 70%.<<strong>br</strong> />
• Não há sentido em tratar TODAS as mulheres com ectopia<<strong>br</strong> />
para reduzir o risco de DST.<<strong>br</strong> />
• A prevalência de ectopia é alta = um grande número<<strong>br</strong> />
mulheres tratadas (p<strong>ou</strong>co benéfico).<<strong>br</strong> />
• Indicação pacientes expostas a DSTs e parceiro recusa uso<<strong>br</strong> />
condom.
Outras DSTs<<strong>br</strong> />
• Gonococo, candidíase, tricomoníase, microbiota vaginal =<<strong>br</strong> />
<strong>não</strong> há associação.<<strong>br</strong> />
• Citomegalovírus = 1 trabalho mostr<strong>ou</strong> associação. Porém<<strong>br</strong> />
<strong>não</strong> foi mais observada após análise multivariada.
Mucorreia<<strong>br</strong> />
• Há forte associação entre mucorreia, noctúria e ectopia.<<strong>br</strong> />
• Pode-se recomendar o tratamento da ectopia para alívio<<strong>br</strong> />
dos sintomas (parece que a maior parte dos sintomas é<<strong>br</strong> />
mais atribuído à ectopia do que causado por ela).
Conclusões<<strong>br</strong> />
• Na literatura <strong>não</strong> existem dados suficientes que sustentem<<strong>br</strong> />
o tratamento rotineiro para ectopia.<<strong>br</strong> />
• Serão necessários estudos futuros que testem a hipótese de<<strong>br</strong> />
uma proteção contra o câncer de colo uterino associada ao<<strong>br</strong> />
tratamento da ectopia.