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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

A saudar desde a barra a imortal hóspede,<br />

Matro<strong>na</strong>s, virgens, noivas, e as que, ó Vesta,<br />

Virgens velam no altar teu santo lume,<br />

Lá vão correndo em confusão festiva.<br />

Mas em vão longo cabo atado à proa<br />

Valentes braços puxam, suam, cansam;<br />

Pela corrente o barco peregrino<br />

Recusa remontar.<br />

Secura estranha<br />

Tis<strong>na</strong>va já há muito os chãos ervosos;<br />

Sem ousar a surdir; todos no empenho<br />

Põem mais que humano esforço; alta celeuma<br />

Dobra vigor aos obsti<strong>na</strong>dos pulsos;<br />

Que prol, se firme a <strong>na</strong>u dá mostras de ilha<br />

Que tem sáxea raiz no mar profundo!<br />

Pasmo, já o pavor domi<strong>na</strong> o povo!<br />

Claudia Quinta, do antigo Clauso prole,<br />

Tão bela quanto ilustre, era uma dessas<br />

Que a pudica inocência em vão defende<br />

Contra calúnia atroz; pura <strong>na</strong> vida,<br />

De torpeza era ré <strong>na</strong> voz da fama.<br />

Dos penteados seus, e a lingua feri<strong>na</strong><br />

Entre os graves anciãos a conde<strong>na</strong>vam,<br />

Forte com a aprovação da consciência<br />

Dos rumores plebeus zombava e ria;<br />

Contudo, a crer no mal propendem todos,<br />

De hora a hora o descrédito medrava.<br />

Claudia, que entre as matro<strong>na</strong>s virtuosas<br />

Lá se achava também, rompe da turba,<br />

Chega ao Tibre, enche d‘água as palmas côncavas,<br />

Sobre a cabeça a verte por três vezes,<br />

Por três vezes as mãos aos céus levanta;<br />

Delirante todos a crêem, ajoelha;<br />

Com os olhos fitos <strong>na</strong> divi<strong>na</strong> imagem,<br />

E desatadas pelos ombros as tranças,<br />

- Mãe dos Deuses – clama – onipotente<br />

Criadora Cibele, ouve meus rogos,<br />

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