22.04.2013 Views

Mulheres_na_Antiguidade

Mulheres_na_Antiguidade

Mulheres_na_Antiguidade

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

insígnias que a imagem da mãe divi<strong>na</strong> é levada<br />

pelas terras, no meio de um respeitoso temor.<br />

Vários povos, segundo os antigos costumes<br />

sagrados, chamaram-lhe Mãe do Ida, e dão-lhe por<br />

guarda bandos frígios porque, segundo dizem, foi<br />

desta região que se espalharam pelo orbe as<br />

produções da seara. Juntaram-lhe eunucos, porque<br />

querem mostrar que todos aqueles que violarem a<br />

divindade da mãe e se mostrarem ingratos a seus<br />

progenitores devem ser considerados indignos de<br />

trazer à luz da vida qualquer posteridade. (...)<br />

Tocam tambores tensos, as mãos fazem soar, à<br />

volta, côncavos címbalos, as tubas cantam roucas<br />

suas ameaças, a oca flauta com seu ritmo frígio<br />

exalta os corações e vão os dardos como si<strong>na</strong>is de<br />

violento fervor, para que aterrorizem os ânimos<br />

ingratos e os peitos ímpios do vulgo com o temor<br />

da poderosa deusa. (...)<br />

Logo que, levada através da cidade, silenciosa,<br />

beneficia os mortais com sua calada proteção, os<br />

fieis, com generosa oferta, juncam com bronze e<br />

prata as ruas que percorre e uma chuva de rosas<br />

sobre a mãe e os bandos que a acompanham.<br />

Grupos armados (...) vão lutando entre si, pulam<br />

em cadência, alegres como sangue (...). Por isso,<br />

homens armados acompanham a grande mãe; ou<br />

talvez queiram antes dizer que a dança aconselha<br />

que defendamos com armas o valor da pátria, e<br />

sejamos a guarda da honra de nossos pais<br />

(Lucrécio. RN, II, 600-642).<br />

Apesar de seu ceticismo epicurista, que lhe faz dizer ―... e, no<br />

entanto, tudo isso, apesar de tão belo e tão bem imagi<strong>na</strong>do, anda muito longe da<br />

verdade‖ (RN, II, 643-44), Lucrecio nos apresenta a deusa ―interpretada‖<br />

das Megalensia. No festival da Mag<strong>na</strong> Mater, cuja supervisão estava sob a<br />

responsabilidade dos quindecemuiri sacri faciundis 59, o santuário do Palatino<br />

59 A supervisão deste colégio sacerdotal, responsável pelos Livros Sibilinos e<br />

pelos cultos estrangeiros, revela-nos que Cibele, apesar da interpretatio, sempre foi<br />

76

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!