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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

pleiteantes, e isso implicava um esforço por parte dos seres humanos<br />

para atrair seu interesse 50.<br />

Segundo Erick Gruen 51, a Mag<strong>na</strong> Mater chegou a Óstia em 204,<br />

sendo recebida por P. Cipião Nasica e por Claudia Quinta, líder das<br />

matro<strong>na</strong>s roma<strong>na</strong>s, numa grande cerimônia cuidadosamente orquestrada<br />

pelo Se<strong>na</strong>do romano, culmi<strong>na</strong>ndo <strong>na</strong> instalação da imagem da deusa no<br />

Templo da Vitória, no Palatino. No mesmo momento, P. Cipião (futuro<br />

Africano) viaja para a África com suas legiões. Cibele permaneceu no<br />

Templo da Vitória até que seu próprio templo fosse dedicado, em 191<br />

a.C. Gruen ressalta o significado simbólico da cerimônia:<br />

... a instalação de Cibele no templo da Vitória<br />

ocorreu próximo à partida de Cipião Africano para<br />

Cartago. O favor divino, endossado tanto pelos<br />

Livros Sibilinos quanto por Delfos, poderia agora<br />

favorecer a expedição que prometia encerrar a<br />

guerra contra Cartago. A Mag<strong>na</strong> Mater foi parte<br />

deste simbolismo; sua recepção em Roma<br />

coincidindo com a afirmação da solidariedade<br />

roma<strong>na</strong>, simbolizada por sua recepção conjunta<br />

por Cipião Nasica e Claudia Quinta 52 .<br />

A deusa teria vindo acompanhada por seus sacerdotes, os galli, e<br />

seus rituais foram gradativamente incorporados ao calendário dos<br />

festivais. Apesar de seu caráter radicalmente ―estrangeiro‖, Cibele passou<br />

à lista das maiores divindades a partir desta data 53. Pela documentação<br />

percebemos que, quando chegou a Roma, sua imagem e seu culto foram<br />

50 Quando os atenienses cortaram as asas da deusa Niké, a nova deusa sem asas<br />

(Niké Ápteros) não poderia mais deixar o território da polis. Por sua vez, os<br />

efésios, ao declararem que Apolo e Ártemis <strong>na</strong>sceram em sua cidade,<br />

automaticamente negavam o <strong>na</strong>scimento dos deuses gêmeos em Delos (cf.<br />

Tácito. Ann. 3.61.1).<br />

51 GRUEN, E. S. Studies in Greek Culture and Roman Policy. Cincin<strong>na</strong>ti Classical<br />

Studies 7: Leiden, 1990.<br />

52 GRUEN, op. cit., p. 27.<br />

53 BELTRÃO, C. A Religião <strong>na</strong> urbs. In: MENDES, N.M.; SILVA, G.V.(orgs.)<br />

Repensando o Império Romano. Rio de Janeiro: Mauad X, 2006:146.<br />

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