22.04.2013 Views

Mulheres_na_Antiguidade

Mulheres_na_Antiguidade

Mulheres_na_Antiguidade

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

mundo, de poder, de autoridade, veiculando normas e valores, e<br />

incutindo em mulheres e homens seus papeis sociais.<br />

Ursula King chama a atenção para a importância da religião<br />

como fator central <strong>na</strong> construção e <strong>na</strong> dinâmica da relação entre os<br />

gêneros:<br />

As religiões proveem mitos e símbolos de origem e<br />

de criação, frequentemente oferecem <strong>na</strong>rrativas de<br />

redenção e de salvação (...). religiões criaram e<br />

legitimaram os gêneros, reforçaram-nos (...).<br />

Religião e gênero não são ape<strong>na</strong>s análogos,<br />

existindo paralelamente uma ao outro no mesmo<br />

nível. Tampouco são duas realidades<br />

independentes que são simplesmente reunidas<br />

numa comparação simples, pois os padrões<br />

dinâmicos do gênero estão profundamente<br />

arraigados <strong>na</strong>s diversas religiões, fundidos e<br />

interestruturados <strong>na</strong>s experiências religiosas. Este<br />

arraigamento significa que o gênero é inicialmente<br />

difícil de identificar e separar de outros aspectos da<br />

religião (...) 32 .<br />

A sociedade roma<strong>na</strong> era androcêntrica, termo que, segundo Ursula<br />

King, surgiu <strong>na</strong> sociologia norte-america<strong>na</strong> do início do século XIX,<br />

desig<strong>na</strong>ndo a adequação da experiência masculi<strong>na</strong> <strong>na</strong>s sociedades<br />

europeias e europeizadas ocidentais com a experiência huma<strong>na</strong> geral, e<br />

que deveria, portanto, ser aceita como norma por mulheres e homens,<br />

universalmente 33. Era frequente entre os escritores romanos o uso de<br />

mitos nos quais a perso<strong>na</strong>gem femini<strong>na</strong> surgia como símbolo de virtudes<br />

―as identidades são fabricadas por meio da marcação da diferença. Essa marcação de diferença<br />

ocorre tanto por meio dos sistemas simbólicos de representação, quanto por meio de formas de<br />

exclusão social‖. WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução<br />

teórica e conceitual. In: SILVA, T.T. (org.) Identidade e Diferença. A perspectiva<br />

dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2008:40.<br />

32 KING, U. Religion and Gender: Embedded patterns, interwoven<br />

frameworks. In: MEDDE, T..A; WIESNER-HANKS, M.E. (edd.). A Companion<br />

to Gender History. The Blackwell Publishing Ltd. 2004: 71.<br />

33 KING, op. cit. p. 73.<br />

64

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!