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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

irmão, mas é este o motivo que a leva a recusar inicialmente e não outro.<br />

(EURIPIDES, Hele<strong>na</strong>, vs.1329 a 1309)<br />

No entanto, há uma outra Hele<strong>na</strong>, a que está em Tróia com<br />

Páris, que o desposa e permanece com ele até ser resgatada.<br />

Digamos que há uma Hele<strong>na</strong> que é Hele<strong>na</strong>, e que<br />

Hera, a esposa por excelência, para livrá-la de todo<br />

esse lado malsão do rapto, da ruptura de contrato,<br />

da infidelidade, encaminha para o Egito, <strong>na</strong> casa de<br />

um velho rei que já não lhe pode sequer fazer mal,<br />

Proteu. Ali ela espera o tempo passar. É o<br />

protótipo da mulher fiel, perfeita esposa de marido<br />

partido para a guerra (CASSIN, 2005: 302) 26<br />

Na leitura de Bárbara Cassin, Hele<strong>na</strong> é Penélope, porém,<br />

lutando contra um só pretendente, Teoclimeno. Enquanto a outra,<br />

espécie de fantasma, eidolon, permanece ao lado do amante em Tróia até a<br />

morte deste, sendo desposada em seguida por seu cunhado Deífobo,<br />

permanecendo, contudo, <strong>na</strong> companhia da casa real troia<strong>na</strong> até o fi<strong>na</strong>l da<br />

guerra.<br />

Nosso olhar volta-se assim, primeiramente, para a esposa<br />

legítima do cidadão ateniense, a mélissa. Porém, devemos nos lembrar de<br />

que <strong>na</strong> <strong>Antiguidade</strong> ateniense clássica, aparecem outros modelos<br />

femininos muito distintos destes, como as concubi<strong>na</strong>s ou paláki<strong>na</strong>s, as<br />

hetairas, as por<strong>na</strong>í e as escravas, que possuem status diferenciados <strong>na</strong><br />

sociedade ateniense do século V a.C., sendo ainda possível, obviamente,<br />

acentuarmos que dentro destes modelos haverá também distinções.<br />

Portanto, falamos aqui de mulheres atenienses do século V a.C., jamais<br />

de uma mesma mulher.<br />

Ainda que as mulheres estivessem em todo o momento sob<br />

tutela de um homem, e mesmo a mélissa, não pudesse ser considerada<br />

cidadã no sentido estritamente institucio<strong>na</strong>l do termo, possuíam o seu<br />

estatuto e lugar definido dentro da organização social da cidade. Uma<br />

questão apontada por Andrade (2010: 05) é a da apropriação destas<br />

26 Artigo componente do livro Memória e Festa, organizado por Fábio de Souza<br />

Lessa e Regi<strong>na</strong> da C. Bustamante, presente <strong>na</strong> bibliografia.<br />

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