22.04.2013 Views

Mulheres_na_Antiguidade

Mulheres_na_Antiguidade

Mulheres_na_Antiguidade

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

novo (ao a<strong>na</strong>lisarmos seu número e procedência vê-se claramente que as<br />

orientais são mais numerosas), e que podem mesmo estar associadas,<br />

como os profetas pré-exílicos, ao baru ca<strong>na</strong>neu 370. Como outros cultos<br />

ou práticas extáticas, as sibilas alinham-se com o dionisismo em sua<br />

origem não-grega.<br />

As sibilas de que temos localização geográfica confirmada são a<br />

persa e hebraica (que por vezes se confundem 371), a líbia (lembrando que<br />

o termo compreendia, <strong>na</strong> Antigüidade, boa parte da África conhecida e<br />

pode estar relacio<strong>na</strong>da à visita de Alexandre ao oráculo no oásis de<br />

Siwah, no qual foi-lhe revelado ser ―filho de Zeus‖), a eritréia (da Ásia<br />

Menor - também chamada de ―helesponti<strong>na</strong>‖, ―frigia‖ ou ―troia<strong>na</strong>‖, pela<br />

proximidade dessas localizações), a de Delfos (que não deve ser<br />

confundida com a pítia de Apolo), a de Cumae, a de Samos, a Ciméria e<br />

a Tiburti<strong>na</strong>.<br />

Nas Metamorfoses, 14, Ovídio explica as origens da Sibila e de seu<br />

dom profético em termos de uma troca de gentilezas com Apolo malinterpretada<br />

pelo último. A Sibila teria oferecido sua virgindade ao deus<br />

em troca da duração de sua vida no mesmo número de anos equivalente<br />

aos grãos de areia que apanhara com uma mão; Apolo concedeu o favor,<br />

mas a Sibila não cumpriu sua parte no acordo. O deus <strong>na</strong>da fez, pois ela<br />

esquecera-se de pedir também o dom da juventude eter<strong>na</strong>; tornou-se<br />

cada vez mais velha, até que por fim restara ape<strong>na</strong>s sua voz. Tor<strong>na</strong>ra-se<br />

tão encarquilhada que passou, eventualmente, a caber num vasinho<br />

(ampulla).<br />

Portanto, desde as origens mitológicas da Sibila a vemos<br />

envolvida com favores sexuais incompreendidos, incompletos ou<br />

negados. Embora os OrSib sejam, <strong>na</strong> forma em que os conhecemos,<br />

370 O baru era, como o <strong>na</strong>bi (―profeta‖), um visionário extático que profetizava a<br />

serviço do rei local. A Bíblia hebraica preservou a memória de um baru, Balaão<br />

(Nm 22:4-5; 22; Dt 23:3-6).<br />

371 Pausânias, uma de nossas principais fontes para as sibilas anteriores aos<br />

OrSib, nos legou uma Descrição da Grécia <strong>na</strong> qual, no livro 10.12 refere-se á uma<br />

―Sibila palestinense‖, que nomeia ―Sabbe‖; a Sibila persa por vezes é confundida<br />

com a da babilônia, sendo esta última a de existência mais duvidosa. Cf. Aurelio<br />

Peretti. La sibila babilonese nella propaganda Ellenistica. Firenze: La Nuova Italia,<br />

1943.<br />

349

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!