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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

primeiramente, só temos informações sobre Pudentila <strong>na</strong> Apologia, e em<br />

segundo lugar porque, por ser Apuleio um escritor que transitou por<br />

diferentes modalidades de textos, há diversos estudos sobre ele e sobre<br />

suas obras.<br />

A Apologia está repleta de dados biográficos de Pudentila que<br />

nos levam a algumas reflexões sobre a mulher roma<strong>na</strong>. Seu nome,<br />

Aemilia Pudentilla, ou Emília Pudentila, faz primeiramente menção ao<br />

nome da gens Emília e depois à família Pudente. De acordo com Finley<br />

(1991: 151), as mulheres roma<strong>na</strong>s não recebiam nome individual, ape<strong>na</strong>s<br />

o nome da gens e da família a que pertenciam com termi<strong>na</strong>ção femini<strong>na</strong>,<br />

acrescidos de termos como ―mais velha‖, ―mais nova‖, ―primeira‖, ―segunda‖.<br />

Neste sentido, podemos perceber como as mulheres roma<strong>na</strong>s eram<br />

classificadas como espécie de propriedade de sua família e, conforme<br />

Finley (1991: 151-152), ―é como se os romanos quisessem sugerir, não muito<br />

sutilmente, que as mulheres não eram ou não deveriam ser indivíduos genuínos, mas<br />

ape<strong>na</strong>s frações de uma família.‖<br />

Na Apologia (LXVIII, 2) temos a informação de que Pudentila<br />

permaneceu viúva por catorze anos até se casar com Apuleio. Apuleio<br />

não sugere em nenhuma passagem da Apologia se ela estava sob a potestas<br />

de alguém antes de se casarem. Consideramos as hipóteses de Pudentila<br />

estar sob a potestas de seu filho Ponciano, já que, como citamos <strong>na</strong><br />

Introdução, este consentiu com o amigo Apuleio sobre o casamento da<br />

mãe, ou ser uma mulher emancipada, o que era possível no período.<br />

Caso o casamento de Pudentila com seu primeiro marido<br />

tenha sido <strong>na</strong> forma cum manu, com a morte deste, ela passaria para a<br />

potestas de seu sogro, e com a morte do sogro para a de seu próprio filho<br />

ou parente ag<strong>na</strong>do mais próximo. Na hipótese do casamento ter<br />

ocorrido <strong>na</strong> forma sine manu, os mais frequentes no período, a viúva<br />

continuaria sob a potestas da sua própria família e, provavelmente, sob a<br />

tutela do filho Ponciano. No caso de Pudentila estar sob a tutela de seu<br />

filho, com a morte deste, deveria voltar para a potestas de alguém de sua<br />

própria família, podendo também ficar sem tutor por certo momento.<br />

Porém, Pudentila casou com Apuleio antes da morte do filho 361.<br />

361 Segundo informações da Apologia, Ponciano havia morrido pouco tempo<br />

antes do processo contra Apuleio, mas estava vivo quando Apuleio se casou<br />

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