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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

mais que incidental para o arranjo do casamento. Assim, ―o amor como<br />

sentimento não passava de uma superestrutura que os costumes não levavam em<br />

conta‖ (GRIMAL, 1991: 06). Por serem os casamentos da elite roma<strong>na</strong><br />

consolidados por alianças políticas, assim também eram os casos de<br />

divórcios. As alianças e as regras sobre o retorno do dote poderiam<br />

configurar-se tanto como um empecilho para o divórcio acontecer como<br />

uma forma de novas alianças serem estabelecidas, não sendo uma<br />

decisão individual do casal, mas de suas famílias (CROOK, 1967: 105).<br />

Dessa forma, os divórcios e os novos casamentos aconteciam de acordo<br />

com a necessidade de gerar filhos, que possivelmente não tivessem sido<br />

gerados em casamentos anteriores, e a necessidade do estabelecimento<br />

de novas alianças entre famílias.<br />

O segundo casamento acontecia <strong>na</strong> aristocracia roma<strong>na</strong><br />

porque o matrimônio estava intimamente ligado à vida dos homens<br />

públicos, que vinculavam as uniões matrimoniais a suas carreiras<br />

(BRADLEY, 1991: 79). Os historiadores modernos de Roma têm<br />

verificado que quanto mais se descobre sobre pessoas de notoriedade<br />

pública, mais casamentos são também encontrados, demonstrando que<br />

divórcios e novos casamentos eram muito comuns para homens<br />

públicos. As leis baixadas pelo Imperador Augusto (27 a.C.-14 d.C.)<br />

exigiam dos cidadãos, homens e mulheres, que se casassem novamente<br />

em caso de viuvez ou de divórcio, principalmente se o primeiro<br />

casamento não tivesse gerado descendentes.<br />

Sabemos que o segundo casamento feminino também foi<br />

comum no período Imperial. Carcopino (1990: 124) ressalta a existência<br />

de muitos divórcios no período dos Antoninos, no qual viveram Apuleio<br />

e Pudentila, e diz que o filósofo Sêneca, no I século, comentava<br />

admirado que nenhuma mulher podia se envergonhar por romper o<br />

casamento, elas divorciavam-se para casar e casavam-se para divorciar.<br />

A Pudentila da Apologia<br />

Segundo Hunink (1998: 275) há muitos estudos sobre<br />

Pudentila, talvez até mais do que os existentes sobre seu marido Apuleio.<br />

Discordamos dessa segunda afirmação de Hunink, pelo menos em<br />

relação a todo o material que conseguimos exami<strong>na</strong>r ou do qual<br />

apuramos a existência durante nossas pesquisas. Discordamos porque,<br />

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