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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

A DIFERENÇA ENTRE A MULHER DOMÉSTICA E A<br />

SELVAGEM: MENADISMO NAS BACAS DE EURÍPIDES<br />

Prof.ª Dr.ª Pauli<strong>na</strong> Nólibos 340<br />

Observemos que os mitos, como em As Bacantes,<br />

estabelecem uma diferença fundamental entre as<br />

Mê<strong>na</strong>des que consentem e as que são acometidas<br />

da mania à título de punição, por causa da recusa<br />

inicial (Trabulsi: 2004, 177).<br />

Na Grécia dos documentos literários, normalmente nos<br />

deparamos com figuras femini<strong>na</strong>s de grande força dramática, como<br />

Hele<strong>na</strong>, Penélope, Antígo<strong>na</strong> ou Medeia, mas todas têm em comum o<br />

fato de que são filhas ou esposas de homens eminentes, e as suas<br />

histórias são extensão das aventuras destes homens: Menelau, Odisseu,<br />

Édipo ou Jasão estão diretamente vinculados aos destinos destas<br />

mulheres, que podem ser consideradas domésticas, no sentido de<br />

viverem dentro do gineceu, e tomarem parte dos acontecimentos<br />

públicos ape<strong>na</strong>s em situações de exceção. Conhecemos as mulheres<br />

livres muito menos, pois estas não constituíram <strong>na</strong>rrativas privadas, e as<br />

me<strong>na</strong>des, as companheiras do deus Dioniso, aparecem usualmente em<br />

grupo, constituindo tíasos, e não individualmente, o que impossibilita<br />

conhecermos suas histórias pessoais, nem sequer seus nomes, e elas não<br />

compartilham do mesmo espaço <strong>na</strong> literatura que as mulheres comuns,<br />

vinculadas à casa, cujas desgraças a épica e a tragédia não se cansaram de<br />

<strong>na</strong>rrar.<br />

Vamos conhecer a existência mítica de mulheres livres através<br />

de raros textos, e usualmente em contraposição com aquelas que<br />

permaneceram fiéis às expectativas de papel social do seu sexo. As<br />

amazo<strong>na</strong>s, que certamente são mais bem estudadas, para se constituir,<br />

romperam com o contato masculino, e se comportam de forma<br />

beligerante, sendo conhecidas como guerreiras. Já as mulheres de<br />

340 Professora do Departamento de História da Universidade Lutera<strong>na</strong> do Brasil,<br />

no Rio Grande do Sul.<br />

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