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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

(curas, domínio sobre a <strong>na</strong>tureza, poder sobre demônios, visões) 337, que<br />

reforçam e confirmam sua santidade diante de todos.<br />

Os capítulos 13 e 14 são relativos aos seus esforços <strong>na</strong> obtenção<br />

de relíquias importantes para seu mosteiro (relíquias de santo André, de<br />

são Mames e de outros santos), com destaque para o longo e<br />

pormenorizado capítulo 16, sobre como conseguiu a maior de todas as<br />

relíquias junto ao imperador bizantino: um pedaço do lenho da cruz de<br />

Cristo, que fez com que fosse chamada, também, por Baudonívia, como<br />

a nova Hele<strong>na</strong> 338: ―o que fez ela (a imperatriz Hele<strong>na</strong>) em sua pátria<br />

oriental, o fez <strong>na</strong> Gália, a bem-aventurada Radegunda‖.<br />

Na continuação do capítulo, é <strong>na</strong>rrada a luta de Radegunda<br />

contra o bispo Meroveu e os grandes da cidade, que queriam impedir a<br />

entrada da famosa relíquia em Poitiers, obrigando a santa a recorrer ao<br />

―devoto‖ rei Sigiberto que, acaba por orde<strong>na</strong>r ao bispo de Tours,<br />

Eufronio, que entronizasse, com a devida honra, ―a gloriosa cruz do<br />

Senhor e as relíquias dos santos no mosteiro da senhora Radegunda, o<br />

que assim se fez‖.<br />

Baudonívia explora bem a atitude firme de Radegunda nos<br />

embates que trava contra bispos e agentes do poder laico, sempre que<br />

estes se colocam como entraves as suas ações. Suas armas são sempre a<br />

oração contínua, os jejuns, as vigílias (sozinha ou acompanhada pela<br />

comunidade mo<strong>na</strong>cal), aliada ao recurso à autoridade régia que sempre<br />

age a seu favor.<br />

Da mesma forma, apresenta a preocupação da santa com o<br />

futuro da sua fundação, depois da sua morte. Ela é a ―provedora ótima‖,<br />

a ―boa gover<strong>na</strong>dora‖ que, para não deixar suas ovelhas abando<strong>na</strong>das,<br />

deixou-lhes ―para honra do lugar e salvação do seu povo, este dom<br />

337 Estas são funções que se espera do santo: seu domínio sobre si próprio,<br />

sobre os elementos <strong>na</strong>turais, o poder sobre os elementos, a expulsão dos<br />

demônios, o restabelecimento da concórdia e da paz sociais perturbadas pelo<br />

pecado, as curas que beneficiam a todos os que recorrem a sua intercessão.<br />

338 Vide Gregório de Tours: ―Da cruz e das suas maravilhas. Comparada a<br />

Hele<strong>na</strong>, pelas relíquias e méritos, a rainha Radegunda obteve uma porção da<br />

verdadeira cruz e a colocou devotamente com outras relíquias no mosteiro que<br />

havia fundado em Poitiers‖ (À Glória dos Mártires, V).<br />

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