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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

pelas outras, além da ascendência moral e espiritual sobre as<br />

companheiras. Uma ausência importante, <strong>na</strong> obra de Baudonívia, é a da<br />

abadessa Inês, a filha espiritual de Radegunda, a quem ela muito amava e<br />

para quem havia passado o comando do mosteiro, após sua abdicação<br />

do cargo de abadessa.<br />

Sua ligação com o século é recordada especialmente no capítulo<br />

10, quando, durante um ano, abastece o mosteiro com o vinho de sua<br />

própria dispensa, o que nos leva a supor que tivesse continuado a<br />

receber algum tipo de rendimento ou mantido alguma propriedade do<br />

seu tempo de rainha, apesar de já estar <strong>na</strong> vida religiosa, ou que, pela<br />

ocasião, já fosse viúva.<br />

Neste mesmo capítulo, Baudonívia descreve pormenorizadamente<br />

a relação da ―bem-aventurada‖ com os assuntos do Reino, da paz e da<br />

guerra entre os reis merovíngios, a quem busca pacificar, escrevendolhes<br />

pedindo paz, e também aos altos dig<strong>na</strong>tários, ao mesmo tempo em<br />

que orava entre lágrimas e vigílias, no mosteiro, acompanhada pela<br />

comunidade. Aqui, também, os reis são denomi<strong>na</strong>dos de excelsos,<br />

enquanto o reino é chamado de ―pátria‖, de ―França‖. Se, anteriormente,<br />

percebemos uma oposição entre os francos e a turíngia Radegunda,<br />

aqui, esta se encontra totalmente superada, e a santa perfeitamente<br />

integrada ao mundo franco, mesmo vivendo entre os muros do seu<br />

mosteiro.<br />

Os capítulos 11 (da dama chamada Mammeza a quem restitui a<br />

vista), 12 (de sua serva chamada Vinoberga que ousou sentar-se <strong>na</strong> sua<br />

cátedra), 15 (de como um ilustre varão, chamado Leão, recuperou a vista<br />

por meio do cilício da senhora Radegunda), 17 (acerca de seus<br />

emissários, enviados a dar graças ao senhor imperador e de como<br />

passaram um perigo no mar, curas realizadas à distância pela sua<br />

invocação ou acendendo círios em seu nome), 18 (de como com o si<strong>na</strong>l<br />

da cruz pôs em fuga do mosteiro a milhares de demônios); 19 (sobre<br />

uma ave notur<strong>na</strong> que cantou no mosteiro e de como uma criada,<br />

obedecendo a uma ordem sua, a fez fugir); 20 (de como, um ano antes<br />

de seu trânsito, contemplou, em uma visão, o lugar que lhe estava sendo<br />

preparado por Deus), remetem a sua ação taumatúrgica e miraculosa<br />

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