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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

mundano, elegeu ser desterrada com o fim de não se apartar de Cristo‖<br />

(grifos nossos).<br />

Diante de tudo isto, um resig<strong>na</strong>do e ―excelso rei Clotário‖ a<br />

ajuda a construir um mosteiro, em Poitiers (cap. 5), onde a ―santa rainha,<br />

desprezando os falsos prazeres do mundo e cheia de gozo, ingressa‖. É<br />

eleita abadessa, mas renuncia ao cargo, abando<strong>na</strong> seus bens, passando a<br />

viver da prática da humildade, caridade, castidade, para entregar-se ao<br />

―celestial esposo‖.<br />

Já vivendo no mosteiro, Radegunda novamente sofre com a<br />

investida do esposo terreno, ―o excelso rei‖, que quer recuperá-la,<br />

juntamente com seu filho Sigiberto. Paradoxalmente, ao mesmo tempo<br />

em que considera as investidas de Clotário como obras do demônio, a<br />

autora não se cansa de elogiar a pessoa do soberano.<br />

Radegunda, então, recorre ao bispo de Paris, Germano, que<br />

consegue convencer Clotário a abando<strong>na</strong>r definitivamente seu intento.<br />

Na <strong>na</strong>rrativa, destaques para a amargura do rei, assim como para seu<br />

arrependimento, ao se considerar ―indigno porque não havia merecido<br />

ter por mais tempo a rainha‖, e da situação, para ele extremamente<br />

humilhante, de ser novamente rechaçado pela ―santa rainha‖, a quem<br />

pede perdão.<br />

Sua vida no mosteiro é apresentada a partir do capítulo 8, com<br />

ênfase para o tema nupcial, das bodas com o rei celeste, e para as suas<br />

qualidades de bondade, humildade, caridade, pobreza, compaixão, <strong>na</strong><br />

aceitação das limitações alheias, enquanto para si, usava de severidade<br />

permanente.<br />

A atitude que, para Baudonívia, sintetiza a experiência monástica<br />

de Radegunda é a do louvor a Deus em todos os momentos e situações:<br />

[...] o louvor a Deus a tal ponto não se afastava de<br />

seu coração e de seus lábios que, ao ver passar<br />

uma vez a porteira do mosteiro, chamada<br />

Eodegunda, quando a quis chamar, em vez de seu<br />

nome, exclamou: ―Aleluia! E isto o fez mil vezes<br />

(cap. 8).<br />

Mesmo tenho abdicado do cargo de abadessa, <strong>na</strong> prática, percebese<br />

a enorme autoridade que detinha e que fazia com que fosse obedecida<br />

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