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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

preparada por Nicareta com o propósito de entreter os convivas por<br />

meio da música (execução da lira e do aulós), do canto, da dança e do ato<br />

sexual (LIMA, 2000: 23). Em outras póleis da Hélade existia também<br />

outra forma femini<strong>na</strong> de prostituição: a prostituição sagrada. O geógrafo<br />

Estrabão nos conta que as hierodoúles em Corinto honravam a deusa<br />

Afrodite (Geografia VIII, 6, 21) em seu santuário <strong>na</strong> Acrocorinto, bastante<br />

freqüentado pelos comerciantes que passavam pelo Istmo<br />

(VANOYEKE, 1997: 37).<br />

Além dos termos apontados acima, os autores mencio<strong>na</strong>m ainda<br />

as escravas - doúle – que aparecem como amas ou como mulheres que<br />

cuidam dos afazeres domésticos. Contudo, o tipo feminino que nos<br />

interessa aqui é o da cativa/ concubi<strong>na</strong>. Na documentação pode aparecer<br />

como cativa de guerra – aichmalotís – ou como concubi<strong>na</strong> – pallaké. Para<br />

compreendermos o papel destes termos, devemos primeiro tecer alguns<br />

comentários acerca do guerreiro e do botim de guerra nos poemas<br />

homéricos. Desta maneira, poderemos compreender os papéis<br />

desempenhados pela perso<strong>na</strong>gem Cassandra <strong>na</strong> peça esquilia<strong>na</strong>.<br />

A Ilíada é por excelência um poema de guerra, criado de forma<br />

oral por volta do VIII século a. C. Não podemos afirmar com segurança<br />

a que ‗mundo‘ Homero se refere. É provável que o aedo tenha misturado<br />

vestígios de várias sociedades em seus poemas – a realeza micênica, as<br />

comunidades do período geométrico e as dos primórdios da pólis<br />

(FINLEY, 1988: 42-43; KIRK, 1999: 123). O intuito maior do poeta<br />

Homero era o de cantar e exaltar as façanhas dos grandes chefes<br />

(basileis/aristoí) da expedição contra os troianos. O aedo evoca assim o<br />

passado heróico e o apresenta com ‗imagens‘ e valores peculiares ao seu<br />

público-alvo: os aristoí (SCHEID-TISSINIER, 1999: 25).<br />

Como já mencio<strong>na</strong>mos, a guerra é o tema central do poema. Nas<br />

passagens com batalhas há o enfoque aos combates individuais dos<br />

aristoí. Diferentemente do guerreiro políade – o hoplités – que combatia em<br />

prol de sua comunidade e deveria ficar no campo de batalha até a morte,<br />

o herói da Ilíada guerreia em busca da honra individual (timé), além dele<br />

ser seu próprio juiz quando julga ser necessário sair do campo de batalha<br />

em um momento de perigo. Mas não podemos esquecer que o objetivo<br />

de uma contenda era a aquisição de bens por meio da pilhagem. O botim<br />

de guerra constitui efetivamente em uma fonte importante de benefícios,<br />

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